quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Oh my god...


"Barroso Wins Second Term

A Victory for the EU's Political Chameleon

09/16/2009 By Hans-Jürgen Schlamp in Brussels

The European Parliament voted Wednesday to give Jose Manuel Barroso a second five-year term as president of the European Commission. But Brussels is getting a weak boss. The unpopular Portuguese politician has become the butt of jokes, with even allies like Angela Merkel poking fun at him."

Para ler tudo aqui.

Resolução simples


Toda esta história teria ficado facilmente resolvida se:

1. Na altura da publicação da suspeita em 18 Agosto, no jornal Público, citando fontes de Belém, a ser mentira esta "notícia", aquilo que o PR deveria ter feito era desmentir a notícia categoricamente e o assunto morria ali. Isso não aconteceu.

2. A ser verdade a suspeita, o PR deveria informar as autoridades competentes e até convocar o partido do Governo para esclarecer a situação. Isso não aconteceu.

O que aconteceu, foi:

1. Depois da notícia do Público, o PR remeteu-se ao silêncio deixando escapar uns comentários ambíguos quando questionado sobre essa notícia como "A senhora é ingénua? Eu também não." e "Depois das eleições irei ver sobre situações de segurança." E não disse mais nada, deixou-nos com isto.

Entretanto o PSD aproveitava a onda da "asfixia democrática" e aproveitava-se da situação, um dos casos que "só desviam a atenção do debate do que é realmente importante para os portugueses", tamanha é a hipocrisia de todos os que o dizem e de todos os que se aproveitaram desses mesmos casos.

2. Publicação do email no DN, trocado entre jornalistas do Público, que desmascara a história toda e passa então a beneficiar o PS uma vez que a "asfixia democrática" perde as suas bases.

3. O povo elege o PS, embora com maioria minoritária.

4. Cavaco Silva vem fazer uma declaração em tudo despropositada e pouco esclarecedora quanto à sua participação e conhecimento da história.

Nada se viu escrito por parte do PR no que diz respeito a escutas mas isso não é prova suficiente que não desconfiou ou encomendou juntamente com Fernando Lima, amigo de longa data, a história das escutas. O que tem Fernando Lima a dizer sobre tudo isto? Porque nunca veio refutar a veracidade daquele email que falava no seu nome e em seu nome? Porque insiste que a história das escutas começa com o email publicado pelo DN e não com a notícia obscura do Público? Porque afastou Fernando Lima? Ainda permanece ao serviço da PR? Perdeu ou não perdeu a confiança em Fernando Lima? Deu-lhe ou não autorização para falar em seu nome?

And so on...

Acusa o PS de manipulação do PR e assim, tenta abrir caminho para uma justificação para a não escolha do PS para formar Governo uma vez que não confia nesse partido, a quem acusa de ter preparado e manipulado a história das escutas. Isto contra a vontade dos portugueses.

5. O PS em comunicado explica e refuta ponto por ponto as acusações do PR.

É a teoria da conspiração a funcionar...


Comentário (obviamente irónico) de Alexandre Santos no site do Expresso em resposta à declaração de Cavaco Silva ontem:

"Ao ouvir o discurso do Sr. Presidente fiquei a saber o seguinte:

Foi o PS que influenciou o Semanário para publicar a noticia que assessores do PR estavam a colaborar no progama do PSD.

Foi o PS que colocou no site do PSD a informação que assessores do PR estavam a colaborar no progama do PSD.

Foi o PS que mandou o Fernando Lima entregar um dossier ao Publico e a inventar uma noticia.

Foi o PS que mandou o Publico publicar a noticia um mês e meio antes das eleições.

Foi o PS que mandou o PR não desmentir a noticia.

Foi o PS que mandou o Aguiar Branco falar em asfixia democratica.

Foi o PS que organizou a campanha do PSD de modo a estar focada no tema da asfixia democratica.

Foi o PS que mandou o DN publicar os emails trocados entre os jornalistas do Publico

Foi o PS que mandou o PR afastar o Fernando Lima de assessor de imprensa 5 dias antes das eleições.

Fiquei a saber que Fernando Lima, Aguiar Branco, Cavaco SIlva, Ferreira Leite, o director do Publico, etc..são todos militantes ou simpatizantes do PS."

A reacção do Director do DN


"Director do DN considera que Cavaco Silva fez «um exercicio de demagogia e desonestidade»

Ontem às 22:14

O director do Diário de Notícias (DN) considerou a declaração de Cavaco Silva «a peça mais demagógica» de um político português de alto nível e sublinhou que ficou por esclarecer se havia suspeitas por parte da Presidência de estar sob vigilância.

À TSF, o director do DN, João Marcelino, referiu que a declaração do Presidente da República, «é a peça mais demagógica que alguma vez vi num político de alto nível em Portugal».

«Houve um conjunto de ambiguidades e até desonestidades, [na declaração do Presidente da República]. Cavaco Silva confunde, ou pretende confundir o email que o DN publicou e que ajudou a perceber toda a história, com a segurança dos emails da Presidência», salientou.

«Tudo isto é uma lamentável peça que não contribui para a estabilidade da vida política portuguesa. O Presidente da República não esclareceu nada e voltou a referir-se de forma agressiva ao partido do Governo e, portanto, o que podemos esperar é que a conflitualidade em Portugal permaneça ao mais alto nível», acrescentou.

Recorde-se que, a 18 de Setembro, o DN noticiou que o assessor do Presidente da República Fernando Lima foi a fonte do diário Público na sua manchete de 19 de Agosto, em pré-campanha eleitoral, segundo a qual já no ano passado Cavaco Silva suspeitava estar a ser espiado pelo Governo liderado por José Sócrates."

Reacção do PS


Deixo aqui o link para o vídeo da reacção do PS às declarações do Presidente da República que, tendo em conta as acusações de que foi alvo, teve toda a legitimidade de refutar e mostrar a sua posição ponto a ponto.

Tenho lido algumas opiniões que dizem que a declaração do PS foi baixa porque estamos a falar do Presidente da República.

Eu pergunto: foi baixa?! Em quê? Na medida em que esclareceu os pontos em que foi alvo de acusação? Mas agora porque se trata do PS, "esse monstro asfixiador", não têm direito a defender-se e a dar a sua opinião? Mas quem está aqui a reprimir quem?

É preciso muita lata para se defender de mão no peito dois pesos e duas medidas quando se analisam as situações...


Vão surgindo as análises à declaração


Algumas debatidas ponto a ponto. Qalquer pessoa minimamente inteligente consegue detectar as várias incoerências no discurso do Presidente.

Mais uma análise no blog Câmara Corporativa.

"Segunda ambiguidade: afinal o Palácio de Belém suspeita ou não de estar a ser escutado/vigiado? É que, até aqui, Cavaco tinha dado a entender não haver fundamento nessas notícias. Aqui, porém, tenta legitimar as referidas suspeitas e justificar que são perfeitamente normais e não têm mal nenhum (como se o facto de se suspeitar em Belém de escutas por parte do Governo pudesse ser a coisa mais natural do mundo).

Cavaco faz aqui uma coisa gravíssima: alimenta novamente a questão das escutas. Por um lado, distancia-se das suspeitas; por outro lado, procura justificá-las. Isto não é aceitável. Isto não é a postura de um Chefe de Estado responsável.

Das duas uma: ou há fundamento credível para as suspeitas e, nesse caso, Cavaco tem de agir em conformidade com a gravidade do assunto, mandando investigar e levando a investigação às últimas consequências (mas convém é fazê-lo logo e não 18 meses depois…); ou não há fundamento credível para as suspeitas e, nesse caso, Cavaco não pode achar normal que assessores de Belém alimentem essas suspeições.

Cavaco tem de ser coerente, não pode andar aos ziguezagues num assunto desta gravidade."

Aqui está a notícia


Confirmada pelo PSD no site Política de Verdade, site oficial da campanha do PSD.



Título diz: "Ferreira Leite faz o programa com Catroga e assessores de Belém." Data de 07 de Agosto de 2009.

O Semanário Sol tinha já referido também esta notícia aqui.

O PSD nem sabe o que se passa na própria "casa" porque depois de publicarem aquela notícia no seu site oficial de campanha vêm desmentir "categoricamente" a participação de assessores de Belém na elaboração do programa eleitoral do PSD.

Ou seja, a BASE das suspeitas sobre as escutas "mas como é que eles sabem" é totalmente infundada porque a notícia foi publicada no site OFICIAL da Política de "Verdade".


A ler também aqui:
"Por sua vez, sobre outro episódio que tem agitado o Verão, a quantidade de diplomas que o governo enviou para promulgação e o comentário de Cavaco Silva de que precisava de um jipe para levar todos os diplomas para férias, o socialista Vítor Batista referiu que "em política, as coisas são o que parecem e que aquilo que chamou "a declaração do jipe não caiu bem"."

Isto é do pior... De alto a baixo...

Excelente análise


"O Presidente não pode

Cinco coisas que o Presidente da República não pode fazer - mas que Cavaco Silva fez

Filipe Luís 1:07 Quarta-feira, 30 de Set de 2009


Na sua declaração desta terça-feira, sobre o chamado "caso das escutas", Cavaco Silva interroga-se, alínea a, sobre as razões de "toda a manipulação" a que o tema foi sujeito. Mais adiante, refere, alínea b, que fez uma leitura pessoal de declarações de deputados do PS e a partilha, agora, com os portugueses. Acrescenta, alínea c, que não é crime "alguém, a título pessoal, interrogar-se sobre as razões políticas de outrém". E prossegue, alínea d, que "qualquer cidadão se poderá interrogar" sobre como é que os políticos do PS conheciam os passos de alguns assessores do PR. Finalmente, alínea e, e depois de se debruçar sobre o episódio da publicação, no Diário de Notícias, de um email interno do jornal Público, anuncia que já pediu mais protecção para os seus próprios emails, considerados "vulneráveis". Analisemos estas "alíneas", uma a uma:

a) O Presidente da República não pode queixar-se de que uma entidade exterior a Belém tenha manipulado o caso das escutas. A notícia foi colocada nos jornais por um membro da sua Casa Civil. Numa denúncia que carece, ainda por cima, de confirmação. Portanto, o mínimo que se pode dizer, é que quem começou a manipular foi, precisamente, Belém.

b) O Presidente da República não pode fazer leituras pessoais de declarações políticas nem, muito menos, partilhá-las com os portugueses. A Presidência da República é um órgão de soberania unipessoal. E os órgãos de soberania não fazem "leituras pessoais". O PR não é um analista político e, muito menos, um comentador.

c) O Presidente da República não pode colocar-se à defesa dizendo que não é crime "isto ou aquilo". Porque não é de crime que se fala, neste caso, mas do relacionamento entre a Presidência e o Governo. É uma questão política, não judicial. O PR não pode ignorar que uma fonte de Belém, pelo seu peso, não pode dedicar-se a interrogações académicas, em jornais, "a título pessoal", a não ser que dê a cara, especificando que o faz, precisamente, a título pessoal.

d) O Presidente da República não pode deixar uma insinuação sobre a possibilidade de estar a ser vigiado, sustentando-a nos "feelings" atribuíveis a "qualquer cidadão". Mais, o PR sabe que os factos a que se refere foram publicitados pela imprensa e pelo site de um dos partidos concorrentes às legislativas, o que, ainda por cima, esvazia a legitimidade das suspeitas a que se refere.

e) O Presidente da República não pode misturar o caso de um email revelado num jornal com a verificação que anunciou ter pedido ao seu próprio sistema de correio electrónico. Fazendo-o, confunde os portugueses menos atentos, que podem, como "qualquer cidadão", interrogar-se sobre se o tal email de que tanto se fala não terá sido interceptado, afinal, do computador presidencial.

Escrevi, em 2006, escassos dias depois da eleição de Cavaco Silva, que o PR iria, possivelmente, cumprir um único mandato. Que não teria o mesmo desejo dos seus antecessores de ser reeleito e poderia não voltar a candidatar-se. Essa tese teve, nos últimos dias, mais de três anos e meio depois, entre os analistas políticos, alguns adeptos. Ora, a declaração de Cavaco Silva é própria de quem não tem a mínima intenção de se recandidatar ao cargo."

Para eu mais tarde recordar...


O discurso na íntegra.

Declaração do Presidente da República

"1. Durante a campanha eleitoral foram produzidas dezenas de declarações e notícias sobre escutas, ligando-as ao nome do Presidente da República e, no entanto, não existe em nenhuma declaração ou escrito do Presidente qualquer referência a escutas ou a algo com significado semelhante.

Desafio qualquer um a verificar o que acabo de dizer.

E tudo isto sendo sabido que a Presidência da República é um órgão unipessoal e que só o Presidente da República fala em nome dele ou então os seus chefes da Casa Civil ou da Casa Militar.

2. Porquê toda aquela manipulação?

Transmito-vos, a título excepcional, porque as circunstâncias o exigem, a minha interpretação dos factos.

Outros poderão pensar de forma diferente. Mas os portugueses têm o direito de saber o que pensou e continua a pensar o Presidente da República.

Durante o mês de Agosto, na minha casa no Algarve, quando dedicava boa parte do meu tempo à análise dos diplomas que tinha levado comigo para efeitos de promulgação, fui surpreendido com declarações de destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD (o que, de acordo com a informação que me foi prestada, era mentira).

E não tenho conhecimento de que no tempo dos presidentes que me antecederam no cargo, os membros das respectivas casas civis tenham sido limitados na sua liberdade cívica, incluindo contactos com os partidos a que pertenciam.

Considerei graves aquelas declarações, um tipo de ultimato dirigido ao Presidente da República.

3. A leitura pessoal que fiz dessas declarações foi a seguinte (normalmente não revelo a leitura pessoal que faço de declarações de políticos, mas, nas presentes circunstâncias, sou forçado a abrir uma excepção).

Pretendia-se, quanto a mim, alcançar dois objectivos com aquelas declarações:

Primeiro: Puxar o Presidente para a luta político-partidária, encostando-o ao PSD, apesar de todos saberem que eu, pela minha maneira de ser, sou particularmente rigoroso na isenção em relação a todas as forças partidárias.

Segundo: Desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos.

Foi esta a minha leitura e, nesse sentido, produzi uma declaração durante uma visita à aldeia de Querença, no concelho de Loulé, no dia 28 de Agosto.

4. Muito do que depois foi dito ou escrito envolvendo o meu nome interpretei-o como visando consolidar aqueles dois objectivos.

Incluindo as interrogações que qualquer cidadão pode fazer sobre como é que aqueles políticos sabiam dos passos dados por membros da Casa Civil da Presidência da República.

Incluindo mesmo as interrogações atribuídas a um membro da minha Casa Civil, de que não tive conhecimento prévio e que tenho algumas dúvidas quanto aos termos exactos em que possam ter sido produzidas.

Mas onde está o crime de alguém, a título pessoal, se interrogar sobre a razão das declarações políticas de outrem?

Repito, para mim, pessoalmente, tudo não passava de tentativas de consolidar os dois objectivos já referidos: colar o Presidente ao PSD e desviar as atenções.

5. E a mesma leitura fiz da publicação num jornal diário de um e-mail, velho de 17 meses, trocado entre jornalistas de um outro diário, sobre um assessor do gabinete do Primeiro-Ministro que esteve presente durante a visita que efectuei à Madeira, em Abril de 2008.

Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail e, pessoalmente, tenho sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas.

Não conheço o assessor do Primeiro-Ministro nele referido, não sei com quem falou, não sei o que viu ou ouviu durante a minha visita à Madeira e se disso fez ou não relatos a alguém.

Sobre mim próprio teria pouco a relatar que não fosse de todos conhecido. E por isso não atribuí qualquer importância à sua presença quando soube que tinha acompanhado a minha visita à Madeira.

6. A primeira interrogação que fiz a mim próprio quando tive conhecimento da publicação do e-mail foi a seguinte: "porque é que é publicado agora, a uma semana do acto eleitoral, quando já passaram 17 meses"?

Liguei imediatamente a publicação do e-mail aos objectivos visados pelas declarações produzidas em meados de Agosto.

E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente, ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas.

7. Mas o e-mail publicado deixava a dúvida na opinião pública sobre se teria sido violada uma regra básica que vigora na Presidência da República: ninguém está autorizado a falar em nome do Presidente da República, a não ser os seus chefes da Casa Civil e da Casa Militar. E embora me tenha sido garantido que tal não aconteceu, eu não podia deixar que a dúvida permanecesse.

Foi por isso, e só por isso, que procedi a alterações na minha Casa Civil.

8. A segunda interrogação que a publicação do referido e-mail me suscitou foi a seguinte: "será possível alguém do exterior entrar no meu computador e conhecer os meus e-mails? Estará a informação confidencial contida nos computadores da Presidência da República suficientemente protegida?"

Foi para esclarecer esta questão que hoje ouvi várias entidades com responsabilidades na área da segurança. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades e pedi que se estudasse a forma de as reduzir.

9. Um Presidente da República tem, às vezes, que enfrentar problemas bem difíceis, assistir a graves manipulações, mas tem que ser capaz de resistir, em nome do que considera ser o superior interesse nacional. Mesmo que isso lhe possa causar custos pessoais. Para mim Portugal está primeiro.

O Presidente da República não cede a pressões nem se deixa condicionar, seja por quem for.

Foi por isso que entendi dever manter-me em silêncio durante a campanha eleitoral.

Agora, passada a disputa eleitoral, e porque considero que foram ultrapassados os limites do tolerável e da decência, espero que os portugueses compreendam que fui forçado a fazer algo que não costumo fazer: partilhar convosco, em público, a interpretação que fiz sobre um assunto que inundou a comunicação social durante vários dias sem que alguma vez a ele eu me tenha referido, directa ou indirectamente.

E sabendo todos que a Presidência da República é um órgão unipessoal e que, sobre as suas posições, só o Presidente se pronuncia.

Uma última palavra quero dirigir aos portugueses: podem estar certos de que, por maiores que sejam as dificuldades, estarei aqui para defender os superiores interesses de Portugal."

Nem mais!


"Uma declaração gonza

Publicado em 29/09/2009, 20:56, por José Costa e Silva, arquivado em Política & Sociedade.

Imaginar que o Presidente da República ensandeceu é elementar. Na sua declaração, disse que nunca disse que suspeitava das suspeitas, mas que se pode suspeitar, que qualquer pessoa pode suspeitar, mas que ele nunca o escreveu, mas é grave escutarem, mas ele não disse que alguém escuta, mas chamou peritos, que dizem que pode acontecer, mas ele nunca disse isso, mas o Governo escutou, mas não é ele que diz, disse alguém que não podia ter dito, mas disse, mas pelo menos não foi ele, foi o outro, que ele já arrumou, mas não foi crime o que ele disse, e ainda bem que disse, porque há mesmo escutas, mas ele nunca o escreveu, e também não teve assessores a escrever o programa do PSD, mas podia ter tido porque outros tiveram, mas ele não teve, e como é que se sabia que os assessores dele estavam mesmo a escrever o programa?, deviam estar à escuta, pelo menos é o que diz o outro, mas ele não, nem escreve, os socialistas é que o queriam colar ao PSD, mas ele é particularmente rigoroso nisso, isso já escreveu e escreve, mas que há escutas não, nunca disse, diz o outro, e tem razão, os peritos confirmaram que se pode ler e-mails de outras pessoas, embora ele não o diga… só diz o outro e os peritos."

A minha interpretação

Pois a minha interpretação dos factos, que também me é permitida e não tenho problemas nenhuns em partilhar é a seguinte:

- Ao esperar pelo fim das eleições (apenas as legislativas, note-se), Cavaco Silva quis ver o que dali resultava e fazer a sua declaração em conformidade com o resultado;

- Não pode dizer que esperou pelo fim das eleições (mais uma vez, as legislativas) para falar para que não interferisse com as eleições porque interferiu quando: 1. Disse em resposta à notícia do Público em 18 de Agosto que iria depois das eleições "ver sobre questões de segurança"; 2. Quando foi confrontado com essa notícia do Público não a desmentiu; 3. Quando dias após a publicação do email e dias antes das eleições legislativas, afasta Fernando Lima do cargo; 4. A notícia é dada para a comunicação social como "demissão de Fernando Lima pelo PR" e Cavaco Silva não contradiz a notícia na altura nem agora na sua declaração esclarece a demissão/ afastamento de Fernando Lima.

- Diz que foi incomodado em tempo de férias por destacadas figuras do PS;

- Diz que lhe fizeram um ultimato acusando membros da sua casa civíl de participarem na elaboração do Programa eleitoral do PSD: Aqui surge a paranóia das escutas!

"Mas como eles sabem?" Para logo a seguir dizer que era mentira que seus assessores estivessem realmente a participar na elaboração do Programa eleitoral do PSD. E eu pergunto: Se era mentira, então como se perguntou "como eles sabem?". Não me parece que tenha lógica este raciocínio. Além disso, a notícia sobre a participação de assessores de Cavaco Silva na elaboração do referido Programa eleitoral foi publicada no site do PSD. Foi após esta publicação que os comentários foram feitos pelo PS, segundo responde o PS à declaração do PR.

- Como tinha referido que ia "ver sobre questões de segurança", diz Cavaco Silva na sua declaração de ontem que "Foi para esclarecer esta questão que hoje ouvi várias entidades com responsabilidades na área da segurança. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades e pedi que se estudasse a forma de as reduzir.". Hoje, sr. PR? Só hoje? Quando a suspeita dura há mais de ano e meio? Só hoje quando a polémica estalou em Agosto? Só hoje se preocupou com as vulnerabilidades do seu computador? Mas que raio tem isso a ver com a questão se o sr. Presidente nem tinha conhecimento do mail, nem da história? Mas sugere que esse mail tivesse estado presente no SEU computador? Tão rebuscado!!! Além disso, devo dizer-lhe caso não saiba, que QUALQUER computador é vulnerável. Uns mais, outros menos. Qualquer técnico lhe dirá que não há no mundo nenhum computador inviolável. Mas não é com certeza essa a questão. A ideia foi unicamente lançar mais areia para os olhos dos portugueses. Mas os portugueses já não são tão burrinhos com acha, sr. Presidente.

- Muito grave é dizer "Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail e, pessoalmente, tenho sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas.". Isto significa que está AGORA e apenas AGORA a duvidar da veracidade do email, que os jornalistas do DN garantem ter confirmado. Ou seja, está a pôr em causa quem o publicou também. Vá, basicamente atira para todos os lados a ver se se safa, continuando a deixar os portugueses que apenas acompanharam a história pela televisão na mais completa dúvida e clima de suspeição.


- Lançou guerra aberta ao "partido do Governo". Partido esse que GANHOU as últimas eleições. Partido esse que vai ter de chamar para formar Governo.

Toda esta declaração, para mim, não passou de um "atentado". Atentado à nossa inteligência. De uma tentativa de justificação para não empossar Sócrates como próximo Primeiro-Ministro de Portugal. Contra a vontade dos portugueses que o elegeram. Se assim for, a confirmar-se esta minha teoria psicótica e paranóica, vai ter de certeza muita contestação nas ruas e EU estarei lá.

Um Presidente da República que não se mostre digno do cargo que ocupa, que não merecer a confiança dos portugueses, não está acima de tudo e de todos. Muito menos daqueles que o elegeram. Felizmente eu não cometi essa asneira...


Haverá mais a acrescentar.


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Declaração


Deprimente. É aquilo que considero da declaração de há minutos por parte do PR.

A sacudir a água do capote. E ainda mais... A colocar a origem da polémica das escutas aquando do email publicado pelo DN. Não podia ser maior mentira!

A polémica estalou com a publicação da notícia pelo Público em Agosto. Sem ter sido investigada a veracidade da notícia e sem que ELE PRÓPRIO A DESMENTISSE. Isso sim!

O email do DN só veio ESCLARECER toda esta trapalhada.

Como disse Carlos César, líder do PS/Açores, "se a novidade era a de que o Presidente da República tinha chamado especialistas para dizer que o seu sistema informático é vulnerável, bastava o senso comum para se saber que a maior parte ou a totalidade dos sistemas o são, podendo até haver esse receio no Pentágono". Nem mais!

E que raio de coisa é dizer "que desconhecia totalmente essa situação". Então o seu assessor de sempre, amigo de há 20 e qualquer coisa anos agiu à revelia do PR?! Alguém acredita nisso?... Eu não.

Achei deplorável e acredito que fez uma figura ainda mais triste de si próprio. Eu não acreditei naquelas palavras tendo em conta que acompanhei todos os factos associados a essa questão das "escutas" já bem antes da publicação do email no DN, ao qual agradeço profundamente por vir repor a verdade dos factos nesta história.

Aconselho vivamente a leitura - Fiquei chocada!


A ler...

Sem a menor dúvida uma leitura muito "interessante".

Transcrevo para aqui parte da análise da actuação de Paulo Portas enquanto Ministro da Defesa:

"1.

Entre escolher aviões de nova geração produzidos na Europa, optou-se por ir fazer um favor aos nossos aliados norte americanos comprando o equivalente americano ao A-400. Pelo meio das negociatas vieram mais 12 caças de combate F-16 em segunda mão - preço unitário, se bem me recordo, 20 milhões de dólares para dotar a força aérea portuguesa de uma dupla esquadrilha. Saber se existia dinheiro e pilotos em número suficiente para os aviões não se soube, apenas se comprou. Daí os rumores de “comissões” pagas por fora. O governo PS devolveu à procedência vários do aparelhos logo a seguir a ter tomado posse.

2.

Com os submarinos existia um problema semelhante. Era necessário substituir a actual força submarina, que já estava a chegar aos 50 anos de serviço ( o tempo útil apontado é de 40 anos). A escolha oscilava entre o Scorpene francês e o novo modelo alemão. A compra inicial previa 3 unidades. Porquê 3?

Porque para os submarinos serem eficazes em combate tem que treinar aos pares. Como existem folgas de tripulação, descanso do material, manutenção, conclui-se que enquanto dois estão em treinos, o terceiro está ou em manutenção ou em folga. E rodam entre si os 3 barcos/tripulação.

Com o magnífico negócio Portas, 30 a 40% do tempo não é aproveitado porque é necessário por tripulações e barcos a descansar e fazer operações de manutenção. Falta o 3º barco para dar plena efectividade à flotilha.

Após a compra o senhor Portas vangloriou-se que “poupou 100 milhões de euros e além disso comprou em Leasing”.

3.

Os voos da CIA que nunca passaram por Portugal, mas afinal passaram. O nosso “aliado” pediu (deu uma ordem) e passaram. Agora cobre-se a história. Ela começou com o senhor Portas à frente do ministério da defesa.

4.

Ferro Rodrigues/Paulo Pedroso: foram as “orientações emanadas” daqueles lados que levaram as investigações e o lançamento de lama para cima da então direcção do PS em 2003. Isto, independentemente, obviamente de o Senhor Pedroso ser ou não ser culpado. O assunto, como percebemos, não está resolvido mais de 4 anos após ter começado.

5.

A fortuita passagem pela esquadra de Bairro deriva de uma história que se conta em Blogs, mas não só. Parece que às 4 horas da madrugada de um determinado dia, o senhor Portas andava pelo parque Eduardo sétimo em Lisboa, conhecida zona de prostituição masculina no engate, com uma cabeleireira loura enfiada na cabeça. Daí a alcunha de “Catherine Deneuve”.

Foi detido pela polícia por comportamentos impróprios e levado para uma esquadra. Lá dentro, ao que se conta, telefonou para o seu grande amigo Jorge Coelho - membro do PS. Este apareceu, quando era ministro num governo Guterres e safou o senhor Portas da situação.

6.

O caso Portucale - empreendimento agro-turístico em Benavente feito pela empresa Portucale, ao que me lembro, pertencente ao Banco Espírito Santo. Construção a ser feita em área protegida para a qual surgiram uns convenientes despachos a reformular a lei que impedia essa mesma construção. Pelo meio abateram-se imediatamente 1000 sobreiros classificados como sendo protegidos. O caso está actualmente em investigação. Lá para 2050 sairá a conclusão.

7.

No caso Moderna e na empresa de sondagens que liderava e que deu depois o resultado na Universidade que deu, Portas conseguiu o milagre de não ser constituido como arguido. Porquê? Pergunte-se ao juiz que analisou o caso. Critique-se e exija-se o fim do principio da inamovibilidade dos juízes e do principio da irresponsabilidade dos Juízes pelas decisões que tomam.

8.

Ao sair do governo, e ao que julgo ter lido, Portas mandou fotocopiar 60 mil documentos do ministério para sair de lá com as cópias. Numa empresa privada ou pública isto é crime, excepto se for Portas a fazer tal.

Citação parcial, Blog Macroscópio 23 Julho de 2003

Doravante, os problemas recomeçam com base nesta investigação que remonta ao passado recente - em que o dito PPortas teve responsabilidades no ministério da Defesa - que hoje diz processar por causa das fugas de informação, pasme-se, sobretudo vindo isto de quem vem, o campeão dessas mesmas fugas de informação em Portugal e até fautor e dinamizador de um jornalismo político verdadeiro assassino de personalidades então ligadas ao cavaquismo - quando aquele era director do Indy - entretanto extinto por rejeição do mercado.

A 15 de Abril de 2003, um ano após a tomada de posse do Governo PSD/CDS-PP, Durão Barroso assinou uma resolução que iria provocar uma reviravolta completa no negócio dos submarinos: em Julho de 2001 a francesa Direction des Constructions Navales International (DCN-I) tinha a melhor proposta, com um preço inferior em 32,8 milhões de euros, mas em Novembro de 2003, com a mudança nos métodos de análise das propostas, o Governo adjudicava ao German Submarine Consortium (GSC), por proposta de Paulo Portas, a compra dos navios, com o argumento de que o consórcio alemão tinha uma proposta inferior à francesa em 106 milhões de euros.

Fonte : http://dissidentex.wordpress.com"

As fotocópias


Agora vejo de onde vem o ódio de Paulo Portas a Jaime Silva. Na altura não me tinha apercebido desta situação. A notícia é de início de 2008.

Mas uma coisa é grave realmente. Paulo Portas supostamente fotocopiou mais 60mil páginas de documentos do Ministério da Defesa antes de sair. Será isto normal?!...

E diz que foi "prejudicado no seu bom-nome". Só pode ser para rir. Ahah... Desculpem...


"Líder do CDS-PP exige explicações de Sócrates

Paulo Portas anuncia processo judicial contra Jaime Silva

26.02.2008 - 21h05 Lusa

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, anunciou hoje que vai processar judicialmente Jaime Silva, ministro da Agricultura, por se considerar prejudicado no seu bom-nome e exigiu explicações do primeiro-ministro, José Sócrates. "Trata-se de um ministro do PS, o que ajuda a perceber de onde vêm [as afirmações] e para que servem”, afirmou Paulo Portas, em conferência de imprensa na sede do CDS-PP.

Paulo Portas exigiu que o primeiro-ministro esclareça se "autoriza que os ministros se dirijam aos seus adversários democráticos nos termos inéditos em que o ministro da Agricultura o fez". O democrata-cristão quer saber se José Sócrates “cauciona a utilização de insinuações pessoais em vez de responder em termos políticos e se subscreve as insinuações feitas pelo ministro da Agricultura”. Por isso, diz que aguarda “uma resposta do primeiro-ministro que tem agendada amanhã uma deslocação às jornadas parlamentares do PS".

O líder do CDS-PP disse que retirará consequências "políticas e judiciais" da resposta do primeiro-ministro entender dar. "Nunca utilizei nenhuma insinuação pessoal contra [adversários políticos]. Tenho autoridade para exigir que o primeiro-ministro reponha o nível político. Da resposta do primeiro-ministro retirarei consequências políticas e judiciais", disse.

O ministro Jaime Silva tinha acusado Paulo Portas de ter "calotes políticos, que são dívidas de explicações que ele não dá aos portugueses", referindo os casos Portucale, a venda do Casino de Lisboa e as fotocópias que Paulo Portas tirou no Ministério da Defesa antes de deixar o Governo.

"São calotes políticos e esses são os mais importantes em democracia. Um político que pretende ter sentido de Estado ou que pelo menos andou a vender essa imagem como o doutor Paulo Portas, tem explicações que ainda não deu e tem que dar", afirmou Jaime Silva.

Estas afirmações de Jaime Silva foram proferidas em resposta a Paulo Portas que tinha acusado o ministério da Agricultura de "praticar uma política de calote" em relação aos agricultores, por pagamentos devidos que ainda não foram feitos, segundo o líder do CDS-PP."

Não percebo esta gente... Que enjoo...


Têm a mania da perseguição! É que já roça a psicose mesmo.

Se Manuela Moura Guedes foi afastada da TVI - Foi o Sócrates!

Se o Presidente diz que está a ser escutado - Foi o Sócrates!

Se o email vai parar ao DN - Foi o SIS, a mando do Sócrates!

Se o desemprego dispara, não é consequência da crise internacional que se vive - É culpa do Sócrates!

Se a Justiça é lenta (coisa que nunca foi em Governos anteriores ao do PS) - É culpa do Sócrates!

Se há asfixia, seja ela qual for - A culpa é do Sócrates!

Se o negócio dos submarinos é investigado - Foi o Sócrates!


Mas será normal?! Agora o homem é culpado de tudo? Ele não será de certeza nenhum santo mas que paciência é preciso ter para ler comentários tão medíocres nos jornais online...

Se realmente houvesse asfixia, de certeza que nem metade do que se diz dele seria possível. Aliás, se ele processasse todos os que dizem mal dele, ou melhor, todos os que o ofendem verdadeiramente não teria mãos a medir na contratação de advogados.

Isto é vergonhoso. É verdade que se deve estar atento e é verdade que se deve criticar quando razões há para isso mas isto já é exagero... Haja bom senso, por favor...

Aviso...


Devo dizer a todos que sendo este o meu blog eu aqui coloco artigos, notícias e outros que apoiam e fundamentam aquilo em que eu acredito e defendo. Não me cabe a mim, não sendo jornalista nem sendo este um espaço noticioso, de ir buscar opiniões contrárias quando eu não me revejo nos argumentos apresentados.

Portanto, aviso que há por aí muita gente que defende também o contrário de mim. E sugiro a todos que leiam as suas opiniões. Eu também leio essas opiniões, só não as apoio nem concordo com todas elas.

Posso sugerir a leitura de uma opinião contrária no que diz respeito ao TGV mas que não apresenta dados suficientes para justificar a sua posição, apesar de dizer que leu todos os estudos... A mim não me convenceu. Aqui.

O que mais confusão me faz é porque seria este investimento tão estratégico em 2003, quando o país estava em crise, também conhecido como estando "de tanga", mas agora que estamos em plena crise internacional e com o desemprego em níveis alarmantes, este projecto com todos os benefícios que já foram apontados a médio e longo-prazo, já deixou de ser prioritário e estratégico para o país.

Se alguém me conseguir explicar isso, ficaria muito agradecida.


Mais uma manifestação de opinião


"Autarcas do Alentejo e Extremadura espanhola criam comissão em defesa do TGV

Quarta, 02 Setembro 2009 08:47

Vários autarcas do Alentejo e da Extremadura espanhola aprovaram ontem, em Elvas, um documento em defesa da continuidade do projecto ferroviário de alta velocidade, nomeadamente a ligação Lisboa-Madrid, e a criação de uma comissão de acompanhamento do TGV.



"Este documento será entregue a todas as forças políticas com o objectivo de as sensibilizar para a importância da alta velocidade", disse o presidente da Câmara Municipal de Elvas, José Rondão Almeida, no final de um encontro que juntou os autarcas dos dois lados da fronteira.

A reunião em Elvas, convocada pelo autarca local, abordou, entre outras matérias, o projecto do TGV, tendo contado com a presença de vários presidentes de câmara do Alentejo (dois deles eleitos pela CDU e os outros pelo PS) e cinco autarcas da Extremadura: Cáceres, Mérida, Plasencia, Olivença e Lobón, todos eleitos pelo PSOE.

Além dos autarcas, também associações empresariais dos dois lados da fronteira estiveram representadas no encontro.

Além de terem aprovado e assinado o documento em defesa da alta velocidade, os participantes na reunião acordaram criar uma Comissão de Acompanhamento do projecto, que será constituída por autarcas alentejanos e "alcaldes" espanhóis.

Esta comissão terá por missão defender e trabalhar em prol da concretização da linha de mercadorias Sines-Évora-Caia e da plataforma logística do Caia.

Em representação dos "alcaldes" socialistas da Extremadura, Angel Calle, presidente do município de Mérida, lembrou que existem "acordos internacionais assinados" entre Portugal e Espanha, em matéria de alta velocidade, e que "têm apoio de fundos europeus".

"Os acordos internacionais são para cumprir, sobretudo quando falamos do TGV que pressupõe uma união económica entre duas regiões até aqui deprimidas, como é o caso do Alentejo e da Extremadura", disse.

Angel Calle acrescentou que "será uma grande frustração para o povo espanhol se o TGV parar em Badajoz", sem que siga para Lisboa, relativamente à projectada linha entre a capital portuguesa e a espanhola, Madrid.

O autarca espanhol apelou à líder nacional do PSD, Manuela Ferreira Leite, "para que reconsidere a sua atitude, porque há alturas em que os interesses nacionais e internacionais devem ficar acima dos projectos partidários".

No sábado passado, em declarações à agência Lusa, o presidente do município de Elvas divulgou o agendamento da reunião e acusou o PSD por, no seu programa eleitoral para as eleições legislativas, colocar "em causa certos investimentos públicos, como a alta velocidade Lisboa-Madrid".

Do lado dos empresários alentejanos, Rui Nabeiro, presidente do Grupo Nabeiro/Delta Cafés, defendeu ontem que "construir a alta velocidade é construir o progresso".

"Enquanto empresário, exijo que as autoridades cumpram o prometido. Os governos têm a obrigação de dar ao Alentejo e à Extremadura o que merecem: desenvolvimento e prosperidade", argumentou.

O empresário Rui Nabeiro realçou ainda a importância da linha de mercadorias Sines-Évora-Caia, com ligação ao interior de Espanha, como forma de recepção e escoamento de produtos e matérias-primas da sua empresa.

"Falamos de eficácia e melhorias acentuadas com a alta velocidade para o sucesso empresarial", vincou.

Por seu turno, Alvaro Sancho, da confederação empresarial da Extremadura e de Badajoz, lembrou que, do lado espanhol, "a construção da ligação entre Madrid e Badajoz já está em fase avançada".

Ao mesmo tempo, o empresário defendeu que, a nível empresarial, "a ligação Lisboa-Madrid é uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento económico dos dois países".

O presidente da distrital de Portalegre do PSD, Cristóvão Crespo, acusou segunda-feira Rondão Almeida de "faltar à verdade" e argumentou que o programa eleitoral social-democrata "não diz que vai acabar com o TGV", mas apenas que "a situação económica do país não permite assumir esse compromisso"."

Ora, pois claro!


Bem me parecia que esta história dos submarinos só podia estar muito mal contada. Vamos a ver no que a investigação resulta. Fico a aguardar...



"Submarinos: DCIAP faz buscas em escritórios de advogados

Dois escritórios de advogados de Lisboa - a Vieira de Almeida &Associados e a Sérvulo &Associados - estão a ser alvo de buscas por parte do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, avança a edição online da revista Sábado.

12:57 Terça-feira, 29 de Set de 2009

As buscas estão relacionadas com a compra dos dois submarinos adquirirdos por Portugal ao German Submarine Consortium, processo sobre o qual existem suspeitas de corrupção, tráfico de influências e financiamento ilegal de partidos políticos.

As buscas, que começaram às primeiras horas da manhã, ainda estão a decorrer. O juiz Carlos Alexandre é um dos magistrados que participa na operação, liderando uma equipa que inclui, segundo a Sábado, um outro juiz de instrucção criminal, as duas procuradoras titulares do inquérito e elementos da Brigada Fiscal e técnicos do Ministério Público e da Inspecção-Geral de Finanças."

Expresso da Meia-Noite 20/06/2009


Porque nunca é demais discutir...


Tanta coisa se fala sobre o TGV mas nada se diz. Eu até há bem pouco tempo considerava, por aquilo que me chegava pelos telejornais e jornais, que o TGV apenas ia servir para retirar alguns minutos à ligação Porto-Lisboa e para tornar a viagem mais confortável. Isto é o que gira à volta mas muito mais há a discutir sobre a importância deste investimento. Os verdadeiros jornalistas devem começar a preocupar-se em informar os portugueses e não se limitar a lançar os escândalos sem qualquer conteúdo.

Vou colocando aqui alguns artigos de opinião sobre o assunto:

"Opinião: Luís Nazaré sobre a importância do TGV

Inserido em 18-09-2009 10:37

Luís Nazaré fala hoje sobre o TGV e a necessidade deste investimento para o país.

O comentador, situado mais à esquerda no espectro político, lança duas questões sobre um tema sempre presente nesta campanha para as legislativas.

“Que importa seremos o único país a ficar de fora da rede transeuropeia de alta velocidade, se os homens de negócios se podem deslocar tranquilamente a Madrid de avião - gastando o dobro do tempo útil que gastaria de TGV – ou de automóvel topo de gama, gastando o triplo do tempo e emitindo cinco vezes mais de CO2?”, questiona, em tom de provocação.

“E porque não transformar a ligação actual numa rota de charme, com as suas incríveis dez horas de trajecto?”, continua.

Os três troços de alta velocidade custam ao contribuinte o mesmo que os três submarinos encomendados ao estrangeiro por um Governo PSD-CDS, cuja utilidade é rigorosamente nula.

Luís Nazaré resume, pois a questão que considera essencial a isto: Importa saber é a qualidade do Portugal que queremos deixar: um país dotado de infra-estruturas europeias ou uma país salazarento, com uma rede viária pobre e periférica?"

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O olhar de raiva!


Gostei tanto ontem do desfecho da emissão das Legislativas na RTP1. António Vitorino e Marcelo Rebelo de Sousa foram os comentadores, moderados por Judite de Sousa. Aquele final, foi fenomenal.

O Marcelo sempre a desvalorizar o que António Vitorino dizia e com o sorriso nos lábios porque depois António Vitorino não podia voltar a responder. Entretanto, já no finalzinho, eis que António Vitorino é o último a falar e deixa Marcelo Rebelo de Sousa com um sapo na laringe que este não conseguiu engolir. Nem conseguiu disfarçar o olhar de ódio lançado a Vitorino.

António Vitorino disse: "O que eu vejo é Sócrates a passar a bola a António Costa, agora que entramos nas eleições autárquicas. Mas não vi Pedro Santana Lopes com Manuela Ferreira Leite".

Tcham, tcham! Grande desfecho!


Eu gostei!

E já agora...


Alguém me consegue explicar onde está a lógica de habitantes de Açores e Madeira votarem no Governo que vai governar o "rectângulo ingovernável" (por nós conhecido como Portugal Continental) e nós continentais, não temos voto na matéria no que diz respeito aos seus Governos Regionais?... É que não consigo entender...

Nós somos os maus, os que só fazem asneiras mas que manda para lá dinheiro dos NOSSOS impostos. Mas eles é que ainda têm direito de votar cá...

Há algo que me falha nesta "lógica".

E ainda acho abomináveis "certas" declarações de "certas" pessoas...

"Quem quer ter ilhas, tem de pagá-las." Mas eu não quero ter ilhas... Sniff, Sniff...


Campanha: Paulo Portas a defensor dos agricultores!


A haver entendimento entre PS e CDS-PP, eu sugiro Paulo Portas para Ministro da Agricultura.

Sugiro Paulo Portas para defender os interesses dos agricultores.

Sugiro Paulo Portas para fazer tudo aquilo que disse que faria no lugar do actual (antigo) Ministro da Agricultura.

Sugiro Paulo Portas para usar a totalidade dos fundos comunitários destinados à agricultura.

Sugiro Paulo Portas para dinamizar e valorizar e apoiar a agricultura em Portugal!


E já agora, sugiro ao Paulo Portas que leia com mais atenção aquela carta da Comissária Europeia que ele andou a "mostrar" na campanha a ver se desta vez consegue entender realmente o que lá diz.

Os resultados... Parabéns ao PS! E a Sócrates!


Ontem fiquei contente. Fiquei contente por o PS e Sócrates terem ganho. Por todas as campanhas negras, por todas as difamações, por todas as insinuações e julgamentos em praça pública não terem surtido efeito.

Por outro lado, não posso deixar de sentir um certo arrepio ao ver que tanta gente votou PSD quando vimos a campanha vergonhosa e decadente que fizeram. Eu pergunto-me constantemente: como podem alguns considerar aquela uma alternativa para Portugal? Não entendo...

Mas perderam e isso foi muito positivo. Vamos a ver agora o que sai daqui.

Infelizmente para mim, vejo o CDS e Paulo Portas a saírem destas eleições reforçados mas penso que muito se deve a deslocalização de votos do PSD para CDS, ambos de direita.
Penso que prova também que há muita gente influenciável neste país e, Paulo Portas, não me convence nem um bocadinho com a sua política baixa e mesquinha de "lavagem cerebral" e de hipocrisia. Espero que não avance muito e que páre de comprar submarinos! Ou outros, claro!


E havia, e há, muita gente descontente com o PS.

Felizmente foram mais os contentes com o seu trabalho! Que foi muito!

domingo, 27 de setembro de 2009

Done!


Cruzinha assinalada...

Fado Positivo


A mais recente entrada na minha lista de "blogs" ali ao lado é o Fado Positivo.

Encontrei-o na minha visita ao blog Macacos sem Galho, do qual também ficarei assídua de certeza.

Eu não gosto de Portugal, e poucas foram as vezes em que me senti "em casa" cá, embora tenha nascido e sempre vivido neste país. A razão principal é a mentalidade portuguesa. A mesquinhez, o "chico-espertismo", a falta de respeito e de civismo constantes, a maldicência... Enfim, tantas coisinhas às vezes tão pequenas mas tão importantes que afectam constantemente o meu dia-a-dia.

Esta minha postura, de admitir que não gosto do país onde vivo já me trouxe algumas confusões com amigos que gostam de cá viver. Infelizmente, assumem que por eu dizer que não gosto, isso representa uma ofensa pessoal para eles que tão patriotas são. Cada um gosta do que gosta e pode e deve assumi-lo, especialmente se for fundamentado. Por isso, eu não tenho problemas em dizer que não gosto pelas razões apontadas acima. Acho que Portugal tem um excelente clima, um território natural magnífico mas o que estraga na sua maioria é a falta de civismo de muitos. O que dizer quando vamos a uma praia, a uma montanha ou outro espaço natural e vemos o lixo que por lá é deixado? O que dizer das filas de trânsito em que uns "especiais" vão pela fila ao lado porque está livre e depois de passar todos os otários que estão na fila, dão o pisca para se meterem lá à frente? Fico possessa! O que dizer dos palavrões e das conversas que os miúdos têm hoje em dia entre si e com os outros? Das falcatruas constantes de aldrabar o Estado, essa entidade cheia de dinheiro, porque são muito espertos? Todas estas pequenas coisas são para mim de uma importância imensa e para muitos outros também. Sou defensora da ideia de aulas de civismo a iniciar ainda em crianças, penso que seria uma boa forma de as boas maneiras e regras de civismo e de boa convivência chegarem a todos e acredito, a julgar pelo meu sobrinho, que alguma coisa já tem vindo a ser feita.

E, por isso, é um prazer para mim ler o que de bom se faz por cá e o que de bom fazem alguns portugueses. A ver se sou contagiada com esse optimismo e visão menos negativa deste país à beira mar plantado. ;)

Duvido que mude a minha opinião na sua totalidade porque as pessoas são como são e dificilmente mudam. Mas aos poucos pode ser que muitos portugueses comecem também eles a ver o que é realmente importante para eles e para o país e se deixem das "trafulhices".

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Um Homem com H grande, Luís Figo


Sempre gostei do Figo. Pela sua postura na vida e no futebol, pela sua mentalidade, pela credibilidade que sempre mostrou, vá e também pelas suas pernas, claro! ;)

E agora li uma notícia do seu apoio à candidatura de José Sócrates e do PS. Alguém decente apenas poderia apoiar outra pessoa decente. Leiam a seguir...

"Luís Figo, futebolista internacional português, manifestou hoje o seu apoio ao PS nas eleições legislativas, considerando o líder socialista, José Sócrates, como uma pessoa "séria, honesta e profissional" como político.

Depois de ter conversado a sós com o secretário-geral do PS, durante uma hora, num hotel em Belém, Luís Figo disse aos jornalistas que falou com Sócrates "pouco sobre futebol" e mais sobre "o futuro de Portugal".

"Apoio José Sócrates unicamente pelas minhas convicções e pelo trabalho feito nos últimos quatro anos e meio, apesar das dificuldades existentes em todo o mundo. Sócrates é uma pessoa séria, honesta e profissional", disse o antigo jogador do Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão."

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Absolutamente magnífico...


"alquimista Says:

Setembro 24, 2009 at 10:37 am

Se ela disse isso, então ganhou uns pontos na minha consideração. Agora ao votar PSD já engulo menos um elefante.
…Mas o mais importante é arrumar com o “Socas” de vez."


Mais...


É que ainda mais... Quando um colega (dou graças por existirem!) lhes relembra da chamada "lei da rolha", imposta na altura pelo governo do qual Manuela Ferreira Leite fez parte como Ministra da Educação, consideram isso "peanuts" comparado com o que a "Milú" como lhe chamam tem feito... Isto é nitidamente degradante...

Esta lei da rolha, foi um despacho que não permitia a livre comunicação de profissionais ligados à educação com a Comunicação Social, sem que antes tivessem autorização por parte do Ministério da Educação!!! Uma espécie de censura, não?!

Isto é rídiculo! Peanuts?! Os professores é que não devem estar a pensar bem... Santa paciência...

Os maus professores


A propósito desta notícia, fui dar a este blog. Li os comentários, feitos por professores, e confesso que fiquei escandalizada com tamanha falta de sentido crítico. Basta ler alguns.

Eu sinceramente não entendo, como gente supostamente esclarecida e inteligente é capaz de tais comentários e opiniões. Senti-me envergonhada e deixei o comentário seguinte lá:

Comentário #41 "Daniela Says:

Setembro 23, 2009 at 8:10 pm

Só tenho a dizer como ex-aluna, ao ler estes comentários:

Que degradantes são estes professores… Só olham para o próprio umbigo. Só vos desejo que melhorem da inteligência que aqui não demonstram muita… Nem cá volto. A opinião pública já não vai nessas vossas “birras” a que chamam luta. Os portugueses também já andam a lutar há muito pelos seus direitos. Direitos que a Dra MFL sempre atacou. É que nem falar português em condições sabe e isso não incomoda nadinha aos professores. Uma tristeza! Uma vergonha!"

Ao qual foram respondendo:

Comentário #43: "anamaria Says:

Setembro 23, 2009 at 8:18 pm

Daniela ,
“Não incomoda nadinha os professores”.Aprenda Português !"

Comentário #44: "bulimunda Says:
Setembro 23, 2009 at 8:20 pm

Com alunas como a Daniela as alternadeiras do Porto e Lisboa não precisam de se preocupar já tem sucessora Á vista..e deve ser das Novas Oportunidades …Bem vou à janta…"

Comentário #45: "Olinda Says:
Setembro 23, 2009 at 8:20 pm

Isto está a ser cada vez mais frequentado por cromos, o mesmo aconteceu com os posts da última semana antes das eleições europeias."


Estes são exemplos de alguns péssimos professores que temos por aí. Ao que me parece não só como professores mas como cidadãos. Eu sei que há bons professores, como disse tive vários felizmente. E é para bem desses e de todos os que representam BEM a sua classe que as coisas têm de mudar! Para bem dos que são BONS profissionais, que devem ser diferenciados os que prestam dos que não prestam. Mas isso assusta muita gente porque estão habituados e querem continuar a fazer o que bem lhes apetecer.


E só para informação deles, eu sei escrever em bom português, como podem constatar aqui mesmo. Cometo erros, pontuais, como qualquer pessoa. Tendo em conta o que realmente importa a estas pessoas, é óbvio que a coisa mais importante a apontar, de tudo o que disse no meu comentário, é o facto de ter escrito "aos" em vez de "os" como erro ortográfico. Isso é que é importante! Estamos bem servidos...

E mesmo que tivesse sido resultado de um Programa Novas Oportunidades, só podia encher-me de orgulho de ainda manter a vontade e a garra para continuar a estudar e aprender! Passei muitos anos a estudar e ainda hoje continuo. Não num Programa Novas Oportunidades porque tirei licenciatura e, penso eu, não tenho condições de ser elegível. Mas a mim em nada me repugna esse tipo de ensino que é muito importante para que muitas pessoas que já deixaram a "escolinha" há muito, possam continuar a aprender num contexto e formato diferentes. Sou ex-aluna há meses porque eu, ao contrário de muitos, não pretendo ficar estagnada nem tenho o complexo de superioridade de achar que sei tudo e por isso já não preciso mais aprender.

Volto a dizer: UMA TRISTEZA! UMA VERGONHA!!!!!!!

Querem hipotecar o meu, o vosso futuro com base numa birra e numa implicância pessoal com Sócrates e a Ministra da Educação. Vão votar de forma irresponsável "para tirar de lá o Sócrates"!

Se são estes os professores que temos, eu não pretendo ter filhos meus a serem educados por eles.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Conclusões e recomendações OCDE


Por mais que os professores não o considerem essencial, proceder à sua avaliação
é um passo necessário.

Eu tive bons e maus professores nos meus longos tempos de escola. Eu até era uma aluna que gostava de estudar e de aprender e estava motivada o suficiente para minorar essa parte de "mau professor". No entanto, afecta e muito os alunos ter um mau professor especialmente em áreas mais "complicadas". Tenho casos conhecidos que simplesmente desligaram da escola porque havia "aquele" professor que lhes fazia marcação cerrada e ainda os fazia sentir como "burros". Não é assim que se combatem os elevados níveis de desistência da escola.

Adorei Físico-Química, e Química mais tarde, em grande parte influenciada por professores motivadores. Detestava História porque, além de não ter grande apetência para a matéria, as professoras que tive se limitavam a debitar o que estava escrito no livro. Outras vezes, os alunos liam à vez partes dos textos. Isto era enfadonho, desinteressante, vulgo uma seca!

Não digo que gostava desta ou doutra matéria apenas devido aos professores mas eles são uma peça fundamental na motivação dos alunos. Entendo que muitos se sintam desmotivados, tamanha é a falta de educação nas escolas actualmente. Mas tudo isso é preciso mudar. E a mudança faz-se com a participação de todos.



"O
relatório da OCDE sobre avaliação de professores em Portugal contém 24 recomendações/conclusões.


1. O modelo actual de avaliação de professores em Portugal tem sido polémico, mas é necessário;
2. Uma série de factores explica a resistência à sua concretização;
3. Uma avaliação de professores com consequências é crucial para a melhoria da educação;
4. O actual modelo de avaliação de professores é uma boa base para futuros desenvolvimentos;
5. Articular a melhoria da qualidade com a responsabilização e contextualizar a avaliação de professores feita ao nível da escola;
6. Reforçar a avaliação dos professores para o desenvolvimento profissional;
7. Simplificar o modelo actual e utilizá-lo predominantemente para a progressão na carreira;
8. Articular a avaliação para o desenvolvimento profissional e a avaliação para a progressão na carreira;
9. Garantir uma articulação adequada entre a avaliação das escolas e a avaliação dos professores;
10. Reavaliar padrões de desempenho profissional e definir um modelo partilhado de boas práticas;
11. Desenvolver critérios nacionais comuns, adaptados ao contexto das escolas;
12. Diferenciar os critérios de acordo com o patamar da carreira e o tipo de ensino;
13. Identificar os instrumentos para avaliar os aspectos-chave da função docente;
14. Basear a avaliação em três instrumentos centrais: observação de aulas, auto-avaliação e porta-fólio do docente;
15. Formar e capacitar as lideranças escolares para assumir a responsabilidade pela avaliação dos professores;
16. A avaliação de professores é parte de um processo mais abrangente de transformação de cada escola numa comunidade profissional de aprendizagem;
17. Reformular e aprofundar a formação em avaliação;
18. Acreditar avaliadores externos para a avaliação para a progressão na carreira;
19. Estabelecer um modelo criterioso para atribuição de prémios de desempenho e considerar outras formas de reconhecimento do mérito;
20. Manter o sistema de quotas até que o nível de maturidade do sistema as torne desnecessárias;
21. Atribuir um papel proeminente à inspecção;
22. Reforçar o papel do Conselho Científico para a Avaliação de Professores na condução do desenvolvimento da avaliação de professores;
23. Para uma reforma bem-sucedida, é necessário o envolvimento e a motivação dos professores;

Manter o processo de avaliação docente durante a fase de transição para um modelo mais robusto."

Portugal - Exemplo na Educação


Notíca de 25 de Junho de 2009 no Destak. Não obstante que muito ainda precisa ser feito, estamos no bom caminho. Eu acredito que sim.


"Especialista canadiano

«Sigam o exemplo de Portugal na educação»

25 | 06 | 2009 09.17H

O especialista canadiano em tecnologia Don Tapscott aponta Portugal como um exemplo a seguir na educação, elogiando o investimento em computadores individuais nas salas de aulas.
Destak/Lusa | destak@destak.pt

Num artigo de opinião publicado no blogue Huffington Post - onde já escreveu Barack Obama -, Tapscott dirige-se directamente ao presidente dos Estados Unidos da América: "Quer resolver os problemas das escolas? Olhe para Portugal!".

Na opinião de Tapscott, o "modesto país para lá do Atlântico", que em 2005 via a sua economia "abater-se", está a tornar-se no "líder mundial a repensar a educação para o século XXI".

A presença de computadores nas escolas é "só uma parte" dessa "campanha de reinvenção", frisa Tapscott, que aponta a "criação de um novo modelo de ensino" como a "maior tarefa".

"Não é fácil mudar o modelo de ensino. Aliás, essa é a parte difícil. É mais fácil gastar dinheiro, como Portugal fez, a pôr Internet nas salas de aula e equipar os alunos com computadores", afirmou, acrescentando ainda que "é demasiado cedo para avaliar o impacto na aprendizagem", até porque os estudos sobre a presença de computadores nas aulas foram "inconclusivos".

"Os professores que enfrentam uma sala de aulas cheia de miúdos com computadores precisam de aprender que já não são os especialistas no seu domínio: a Internet é que é", escreve Tapscott.

Aludindo à sua experiência numa sala de aulas numa estadia em Portugal, Tapscott conta como os alunos recorreram à Internet para resolver uma questão colocada pelo professor: para saber o que era um equinócio, grupos de alunos pesquisaram a informação e quem a descobriu primeiro explicou-a aos colegas".

"Estavam a colaborar, estavam a trabalhar ao seu próprio ritmo e mal reparavam na tecnologia, no propalado computador portátil. Era como ar para eles, mas mudou a relação que tinham com o professor. Em vez de se agitarem nas cadeiras enquanto o professor dá a lição e escreve apontamentos no quadro, eram eles os exploradores, os descobridores e o professor o seu guia", descreve Don Tapscott.

Este modelo, afirma, permite aos professores "descer do palco e começar a ouvir e a conversar em vez de fazer sermões" e encoraja o pensamento crítico e a colaboração.

Em oposição, nos EUA, a aprendizagem é "unidireccional", o que faz com que os alunos, que em casa vivem na era digital, com a Internet, os jogos e os telemóveis, estejam "aborrecidos na escola".

"As salas de aula americanas precisam de entrar no século XXI. Milhares de professores concordam com isto", afirma Don Tapscott, lembrando que este ano "importantes grupos da área da Educação" pediram a Barack Obama e ao congresso um investimento de 10 mil milhões de dólares para melhorar a tecnologia na sala de aula e garantir que os professores sabem usar computadores eficientemente".

Don Tapscott, professor na Universidade de Toronto e membro do grupo de reflexão nGenera Insight, escreveu vários livros sobre tecnologia e visitou Portugal em Abril deste ano.

O Huffington Post congrega blogues, notícias e artigos de opinião. Além de políticos, actores e académicos contribuem para o site."