terça-feira, 29 de setembro de 2009

Porque nunca é demais discutir...


Tanta coisa se fala sobre o TGV mas nada se diz. Eu até há bem pouco tempo considerava, por aquilo que me chegava pelos telejornais e jornais, que o TGV apenas ia servir para retirar alguns minutos à ligação Porto-Lisboa e para tornar a viagem mais confortável. Isto é o que gira à volta mas muito mais há a discutir sobre a importância deste investimento. Os verdadeiros jornalistas devem começar a preocupar-se em informar os portugueses e não se limitar a lançar os escândalos sem qualquer conteúdo.

Vou colocando aqui alguns artigos de opinião sobre o assunto:

"Opinião: Luís Nazaré sobre a importância do TGV

Inserido em 18-09-2009 10:37

Luís Nazaré fala hoje sobre o TGV e a necessidade deste investimento para o país.

O comentador, situado mais à esquerda no espectro político, lança duas questões sobre um tema sempre presente nesta campanha para as legislativas.

“Que importa seremos o único país a ficar de fora da rede transeuropeia de alta velocidade, se os homens de negócios se podem deslocar tranquilamente a Madrid de avião - gastando o dobro do tempo útil que gastaria de TGV – ou de automóvel topo de gama, gastando o triplo do tempo e emitindo cinco vezes mais de CO2?”, questiona, em tom de provocação.

“E porque não transformar a ligação actual numa rota de charme, com as suas incríveis dez horas de trajecto?”, continua.

Os três troços de alta velocidade custam ao contribuinte o mesmo que os três submarinos encomendados ao estrangeiro por um Governo PSD-CDS, cuja utilidade é rigorosamente nula.

Luís Nazaré resume, pois a questão que considera essencial a isto: Importa saber é a qualidade do Portugal que queremos deixar: um país dotado de infra-estruturas europeias ou uma país salazarento, com uma rede viária pobre e periférica?"

2 comentários:

  1. Dani, desculpa lá, mas aqui não posso concordar contigo...
    "um país dotado de infra-estruturas europeias ou uma país salazarento, com uma rede viária pobre e periférica"
    De que adianta TGVs, se é impossível ir para Bragança de combóio? De que adiante gritar para a Europa que temos 1 (2?) ligações (ultra)-rápidas, se para ir para do Porto a Beja de comboio demoro quase 6 horas e apenas quando há comboio, porque nem todos os dias o há...
    Porque não antes investir e apostar em reformular e reabilitar todo o sistema ferroviário em território nacional e não apenas Porto-Lisboa (ainda por cima com a iminência de uma 3ª(!) AE)?
    Porque não apostar na qualidade e oferecer um bom sistema, rápido, eficaz, fiável, seguro, como de resto tem sido feito em muitos países desenvolvidos dessa Europa?
    Se já tivéssemos essa estrutura de base, aí sim eu batia palmas ao TGV!

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  2. A opinião é do autor. Concordo com ele no geral porque acho que se não mudarmos a nossa bitola, ficaremos de certeza desligados da rede ferroviária europeia. A questão a debater aqui não é necessariamente o "TGV" em si. Ou seja, o comboio. O que deve ser debatido é a mudança e uniformização da linha para que ao chegar à fronteira de Espanha, não seja necessário mudar de comboio para poder entrar em/ sair de Portugal.

    A mim particularmente, não me interessa nada se reduz 30min ou 1h a distância entre Porto e Lisboa. Defendo sim, a importância do investimento no que diz respeito a haver transporte de mercadorias, além dos de passageiros, por essa mesma linha que poderão ligar as empresas portuguesas ao centro da Europa, o que significa obviamente que terá de passar por uma ligação a Espanha.

    Então mas não estão sempre a reivindicar incentivos à exportação? O mercado nacional não é suficiente para as empresas que pretendem crescer.

    E para exportarem é preciso terem ligações facilitadas e mais baratas para envio de mercadoria.

    Esta, é na minha opinião, a principal vantagem do projecto que designaram de TGV. Porque no fundo esse projecto é mais do que um comboio que viaja a alta velocidade.

    Mais de 50% das nossas importações são referentes a petróleo. Isto é preciso ser alterado e aqui surge uma forma de combater esta tendência retirando das estradas muitos dos camiões de transporte que nelas circulam e provavelmente também carros.

    Claro que me parece de todo importante que se continue a investir em ligações e valorização da ferrovia dentro do país também. E que se faça. Mas deixar passar esta oportunidade parece-me uma má opção, especialmente tendo no momento o apoio e financiamento da União Europeia disponíveis.

    Quanto à 3a ligação Porto-Lisboa por auto-estrada, também não concordo.

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