quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A minha interpretação

Pois a minha interpretação dos factos, que também me é permitida e não tenho problemas nenhuns em partilhar é a seguinte:

- Ao esperar pelo fim das eleições (apenas as legislativas, note-se), Cavaco Silva quis ver o que dali resultava e fazer a sua declaração em conformidade com o resultado;

- Não pode dizer que esperou pelo fim das eleições (mais uma vez, as legislativas) para falar para que não interferisse com as eleições porque interferiu quando: 1. Disse em resposta à notícia do Público em 18 de Agosto que iria depois das eleições "ver sobre questões de segurança"; 2. Quando foi confrontado com essa notícia do Público não a desmentiu; 3. Quando dias após a publicação do email e dias antes das eleições legislativas, afasta Fernando Lima do cargo; 4. A notícia é dada para a comunicação social como "demissão de Fernando Lima pelo PR" e Cavaco Silva não contradiz a notícia na altura nem agora na sua declaração esclarece a demissão/ afastamento de Fernando Lima.

- Diz que foi incomodado em tempo de férias por destacadas figuras do PS;

- Diz que lhe fizeram um ultimato acusando membros da sua casa civíl de participarem na elaboração do Programa eleitoral do PSD: Aqui surge a paranóia das escutas!

"Mas como eles sabem?" Para logo a seguir dizer que era mentira que seus assessores estivessem realmente a participar na elaboração do Programa eleitoral do PSD. E eu pergunto: Se era mentira, então como se perguntou "como eles sabem?". Não me parece que tenha lógica este raciocínio. Além disso, a notícia sobre a participação de assessores de Cavaco Silva na elaboração do referido Programa eleitoral foi publicada no site do PSD. Foi após esta publicação que os comentários foram feitos pelo PS, segundo responde o PS à declaração do PR.

- Como tinha referido que ia "ver sobre questões de segurança", diz Cavaco Silva na sua declaração de ontem que "Foi para esclarecer esta questão que hoje ouvi várias entidades com responsabilidades na área da segurança. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades e pedi que se estudasse a forma de as reduzir.". Hoje, sr. PR? Só hoje? Quando a suspeita dura há mais de ano e meio? Só hoje quando a polémica estalou em Agosto? Só hoje se preocupou com as vulnerabilidades do seu computador? Mas que raio tem isso a ver com a questão se o sr. Presidente nem tinha conhecimento do mail, nem da história? Mas sugere que esse mail tivesse estado presente no SEU computador? Tão rebuscado!!! Além disso, devo dizer-lhe caso não saiba, que QUALQUER computador é vulnerável. Uns mais, outros menos. Qualquer técnico lhe dirá que não há no mundo nenhum computador inviolável. Mas não é com certeza essa a questão. A ideia foi unicamente lançar mais areia para os olhos dos portugueses. Mas os portugueses já não são tão burrinhos com acha, sr. Presidente.

- Muito grave é dizer "Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail e, pessoalmente, tenho sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas.". Isto significa que está AGORA e apenas AGORA a duvidar da veracidade do email, que os jornalistas do DN garantem ter confirmado. Ou seja, está a pôr em causa quem o publicou também. Vá, basicamente atira para todos os lados a ver se se safa, continuando a deixar os portugueses que apenas acompanharam a história pela televisão na mais completa dúvida e clima de suspeição.


- Lançou guerra aberta ao "partido do Governo". Partido esse que GANHOU as últimas eleições. Partido esse que vai ter de chamar para formar Governo.

Toda esta declaração, para mim, não passou de um "atentado". Atentado à nossa inteligência. De uma tentativa de justificação para não empossar Sócrates como próximo Primeiro-Ministro de Portugal. Contra a vontade dos portugueses que o elegeram. Se assim for, a confirmar-se esta minha teoria psicótica e paranóica, vai ter de certeza muita contestação nas ruas e EU estarei lá.

Um Presidente da República que não se mostre digno do cargo que ocupa, que não merecer a confiança dos portugueses, não está acima de tudo e de todos. Muito menos daqueles que o elegeram. Felizmente eu não cometi essa asneira...


Haverá mais a acrescentar.


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