segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Moita Flores


Não podia estar mais de acordo. Aliás, acho este um grande homem e um grande político. Como os políticos deviam ser. Focados na verdadeira política e nos seus deveres e trabalho. E não um artista de circo...


"20 Setembro 2009 - 09h00

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Fartos

O País não está em condições de aguentar esta paródia. Precisa de trabalho, precisa de soluções.

O Eduardo Dâmaso escrevia há dias neste jornal sobre a perversão que se apossa das campanhas eleitorais que se entretêm mais com os casos e histórias de ocasião do que com a essência da campanha. E com razão. Mas vou mais longe. A verdadeira campanha eleitoral ocorreu durante os debates. Foi aí, sob a protecção e direcção de jornalistas competentes que pudemos apreciar a competência dos candidatos que, depois da seriedade dos debates, ficou farta e decidiu brincar ao Carnaval durante quinze dias.

Poucos são excepção, querendo falar de projectos de futuro. De como vamos reduzir o desemprego (leia--se António José Seguro), de como vamos mudar a forma de fazer política (leia-se Pacheco Pereira), de como podemos sair deste marasmo tragicómico que mete votos comprados, delirantes escutas a jornais, que mete PPR e sem ninguém perceber o que o Louçã quer da vida a não ser estar contra. Ele e Jerónimo são profissionais da denúncia. Os verdadeiros bufos do regime, incapazes de dizer: se ganharmos as eleições, vamos fazer isto e isto. Contra. Sempre. Portas anuncia programas, mas, se chegar ao Governo, mas não diz como lá chega. Se com o PS, se com o PSD. Sócrates garante que é o século XXI e passeia o seu prémio do homem platina mais sexy, Manuela Ferreira Leite diz que ele é mentiroso e acredita que o director de um jornal está em escuta. Uma questão de fé. Apenas se salvam os Gatos Fedorentos. O grande achado e os grandes heróis desta comédia.

Não se ouve uma palavra sobre a crise da Justiça, o tema mais badalado ao longo dos últimos anos, não se escuta uma única palavra sobre as energias renováveis e a necessidade de dependermos menos do petróleo, não se propõe uma única medida sobre educação. Nada. Absolutamente nada. Era dispensável esta montra de disparates, omissões, de raivinhas, esta comédia miserável, sem princípios de luta pelo poder. Vale tudo? Não. Não vale tudo. O País não pode aguentar, não está em condições de aguentar esta paródia. Precisa de trabalho, de projectos, de soluções. Precisa de empenho num esforço patriótico colectivo. Precisava menos da matilha esfaimada que joga por estes dias tachos, penachos, lugares de assessores, de consultores, no governo deles, para nosso desgoverno. Mas é a matilha que está na rua. Aos uivos. E, contra a vontade dos beatos partidários, volto a afirmar a minha razão com toda a razão: eu não quero entrar neste filme. É o meu direito à liberdade e à minha independência. Santarém não merece esta orgia decadente."

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