"Autarcas do Alentejo e Extremadura espanhola criam comissão em defesa do TGV
Quarta, 02 Setembro 2009 08:47
Vários autarcas do Alentejo e da Extremadura espanhola aprovaram ontem, em Elvas, um documento em defesa da continuidade do projecto ferroviário de alta velocidade, nomeadamente a ligação Lisboa-Madrid, e a criação de uma comissão de acompanhamento do TGV.
"Este documento será entregue a todas as forças políticas com o objectivo de as sensibilizar para a importância da alta velocidade", disse o presidente da Câmara Municipal de Elvas, José Rondão Almeida, no final de um encontro que juntou os autarcas dos dois lados da fronteira.
A reunião em Elvas, convocada pelo autarca local, abordou, entre outras matérias, o projecto do TGV, tendo contado com a presença de vários presidentes de câmara do Alentejo (dois deles eleitos pela CDU e os outros pelo PS) e cinco autarcas da Extremadura: Cáceres, Mérida, Plasencia, Olivença e Lobón, todos eleitos pelo PSOE.
Além dos autarcas, também associações empresariais dos dois lados da fronteira estiveram representadas no encontro.
Além de terem aprovado e assinado o documento em defesa da alta velocidade, os participantes na reunião acordaram criar uma Comissão de Acompanhamento do projecto, que será constituída por autarcas alentejanos e "alcaldes" espanhóis.
Esta comissão terá por missão defender e trabalhar em prol da concretização da linha de mercadorias Sines-Évora-Caia e da plataforma logística do Caia.
Em representação dos "alcaldes" socialistas da Extremadura, Angel Calle, presidente do município de Mérida, lembrou que existem "acordos internacionais assinados" entre Portugal e Espanha, em matéria de alta velocidade, e que "têm apoio de fundos europeus".
"Os acordos internacionais são para cumprir, sobretudo quando falamos do TGV que pressupõe uma união económica entre duas regiões até aqui deprimidas, como é o caso do Alentejo e da Extremadura", disse.
Angel Calle acrescentou que "será uma grande frustração para o povo espanhol se o TGV parar em Badajoz", sem que siga para Lisboa, relativamente à projectada linha entre a capital portuguesa e a espanhola, Madrid.
O autarca espanhol apelou à líder nacional do PSD, Manuela Ferreira Leite, "para que reconsidere a sua atitude, porque há alturas em que os interesses nacionais e internacionais devem ficar acima dos projectos partidários".
No sábado passado, em declarações à agência Lusa, o presidente do município de Elvas divulgou o agendamento da reunião e acusou o PSD por, no seu programa eleitoral para as eleições legislativas, colocar "em causa certos investimentos públicos, como a alta velocidade Lisboa-Madrid".
Do lado dos empresários alentejanos, Rui Nabeiro, presidente do Grupo Nabeiro/Delta Cafés, defendeu ontem que "construir a alta velocidade é construir o progresso".
"Enquanto empresário, exijo que as autoridades cumpram o prometido. Os governos têm a obrigação de dar ao Alentejo e à Extremadura o que merecem: desenvolvimento e prosperidade", argumentou.
O empresário Rui Nabeiro realçou ainda a importância da linha de mercadorias Sines-Évora-Caia, com ligação ao interior de Espanha, como forma de recepção e escoamento de produtos e matérias-primas da sua empresa.
"Falamos de eficácia e melhorias acentuadas com a alta velocidade para o sucesso empresarial", vincou.
Por seu turno, Alvaro Sancho, da confederação empresarial da Extremadura e de Badajoz, lembrou que, do lado espanhol, "a construção da ligação entre Madrid e Badajoz já está em fase avançada".
Ao mesmo tempo, o empresário defendeu que, a nível empresarial, "a ligação Lisboa-Madrid é uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento económico dos dois países".
O presidente da distrital de Portalegre do PSD, Cristóvão Crespo, acusou segunda-feira Rondão Almeida de "faltar à verdade" e argumentou que o programa eleitoral social-democrata "não diz que vai acabar com o TGV", mas apenas que "a situação económica do país não permite assumir esse compromisso"."
Quarta, 02 Setembro 2009 08:47
Vários autarcas do Alentejo e da Extremadura espanhola aprovaram ontem, em Elvas, um documento em defesa da continuidade do projecto ferroviário de alta velocidade, nomeadamente a ligação Lisboa-Madrid, e a criação de uma comissão de acompanhamento do TGV.
"Este documento será entregue a todas as forças políticas com o objectivo de as sensibilizar para a importância da alta velocidade", disse o presidente da Câmara Municipal de Elvas, José Rondão Almeida, no final de um encontro que juntou os autarcas dos dois lados da fronteira.
A reunião em Elvas, convocada pelo autarca local, abordou, entre outras matérias, o projecto do TGV, tendo contado com a presença de vários presidentes de câmara do Alentejo (dois deles eleitos pela CDU e os outros pelo PS) e cinco autarcas da Extremadura: Cáceres, Mérida, Plasencia, Olivença e Lobón, todos eleitos pelo PSOE.
Além dos autarcas, também associações empresariais dos dois lados da fronteira estiveram representadas no encontro.
Além de terem aprovado e assinado o documento em defesa da alta velocidade, os participantes na reunião acordaram criar uma Comissão de Acompanhamento do projecto, que será constituída por autarcas alentejanos e "alcaldes" espanhóis.
Esta comissão terá por missão defender e trabalhar em prol da concretização da linha de mercadorias Sines-Évora-Caia e da plataforma logística do Caia.
Em representação dos "alcaldes" socialistas da Extremadura, Angel Calle, presidente do município de Mérida, lembrou que existem "acordos internacionais assinados" entre Portugal e Espanha, em matéria de alta velocidade, e que "têm apoio de fundos europeus".
"Os acordos internacionais são para cumprir, sobretudo quando falamos do TGV que pressupõe uma união económica entre duas regiões até aqui deprimidas, como é o caso do Alentejo e da Extremadura", disse.
Angel Calle acrescentou que "será uma grande frustração para o povo espanhol se o TGV parar em Badajoz", sem que siga para Lisboa, relativamente à projectada linha entre a capital portuguesa e a espanhola, Madrid.
O autarca espanhol apelou à líder nacional do PSD, Manuela Ferreira Leite, "para que reconsidere a sua atitude, porque há alturas em que os interesses nacionais e internacionais devem ficar acima dos projectos partidários".
No sábado passado, em declarações à agência Lusa, o presidente do município de Elvas divulgou o agendamento da reunião e acusou o PSD por, no seu programa eleitoral para as eleições legislativas, colocar "em causa certos investimentos públicos, como a alta velocidade Lisboa-Madrid".
Do lado dos empresários alentejanos, Rui Nabeiro, presidente do Grupo Nabeiro/Delta Cafés, defendeu ontem que "construir a alta velocidade é construir o progresso".
"Enquanto empresário, exijo que as autoridades cumpram o prometido. Os governos têm a obrigação de dar ao Alentejo e à Extremadura o que merecem: desenvolvimento e prosperidade", argumentou.
O empresário Rui Nabeiro realçou ainda a importância da linha de mercadorias Sines-Évora-Caia, com ligação ao interior de Espanha, como forma de recepção e escoamento de produtos e matérias-primas da sua empresa.
"Falamos de eficácia e melhorias acentuadas com a alta velocidade para o sucesso empresarial", vincou.
Por seu turno, Alvaro Sancho, da confederação empresarial da Extremadura e de Badajoz, lembrou que, do lado espanhol, "a construção da ligação entre Madrid e Badajoz já está em fase avançada".
Ao mesmo tempo, o empresário defendeu que, a nível empresarial, "a ligação Lisboa-Madrid é uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento económico dos dois países".
O presidente da distrital de Portalegre do PSD, Cristóvão Crespo, acusou segunda-feira Rondão Almeida de "faltar à verdade" e argumentou que o programa eleitoral social-democrata "não diz que vai acabar com o TGV", mas apenas que "a situação económica do país não permite assumir esse compromisso"."
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