Não surpreende mas é realmente uma desilusão tremenda verificar que nem com estas Autoridades (que deviam existir para alguma coisa) se pode contar. Tantos meses de estudo, relatório de 500 páginas, etc para apresentarem como conclusão principal "não há combinação de preços nos combustíveis". Eu estou-me a lixar se eles encontraram ou não encontraram provas de combinação de preços. Estou-me a lixar se dizem que não há evidências. Nós todos vemos todos os dias como está a funcionar o mercado dos combustíveis em Portugal.
Era de esperar que os supostos especialistas viessem fazer aquilo que deviam e não estar a aquecer o lugarzinho futuro numa dessas "tão prestigiadas e interessantes" empresas já aqui mencionadas.
Ora diz-se que "o que se assiste em Portugal é um paralelismo de comportamentos quer pelas empresas petrolíferas, quer pelos operadores independentes". Mas isto não quer dizer que haja cartelização. Pois não... Mas então a Autoridade da CONCORRÊNCIA devia era concluir que não existe CONCORRÊNCIA neste mercado. Porque quando existe "paralelismos de comportamentos de todos os operadores", não há concorrência real. Façam-me o favor...
Também se admite por parte desta Autoridade (até me custa usar este termo, apesar de ser o seu nome) pela PRIMEIRA VEZ desde o ínicio do estudo e dos vários relatórios apresentados, "admite que existe um elevado grau de concentração ao nível de armazenagem.... e há a questão dos ajustamentos dos preços dos combustíveis: conclui-se que a subida é mais rápida que a descida sempre que se ajusta o preço".
Ora, isto já todos notamos há muito tempo. E sabem porquê? Porque nós pagamos os combustíveis que usamos do nosso bolso. Não apresentamos à empresa pública para quem trabalhamos as despesas de combustível. Pagamo-lo nós!
E ainda há pouco elogiava medidas de combate à corrupção... Isto nunca vai mudar. Os portugueses irão sempre ser roubados para que alguns se possam dar bem neste pequeno país da treta.
Fica a notícia:
O relatório elaborado pela Autoridade da Concorrência (AdC) nega que haja combinação de preços nos combustíveis no mercado português.
Manuel Sebastião vai ao Parlamento apresentar o relatório de 500 páginas, a que o “Diário Económico” teve acesso.
O presidente da Autoridade da Concorrência entrega esta tarde o documento final sobre o mercado dos combustíveis líquidos e do gás engarrafado em 2008, na Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento da Assembleia da República.
Segundo o relatório, o que se assiste em Portugal é um paralelismo de comportamentos quer pelas empresas petrolíferas, quer pelos operadores independentes. A questão é que esse paralelismo de preços não indicia uma pratica concertada de fixação horizontal de preços - logo não há ilícito.
Manuel Sebastião reconhece, pela primeira vez, que identificou questões de índole concorrencial ao longo da cadeia de valor dos sectores de combustíveis líquidos e do gás engarrafado, nomeadamente condicionalismos no acesso a infra-estruturas que limitam a capacidade de importação.
Ou seja, admite que existe um elevado grau de concentração ao nível de armazenagem. Depois há a questão dos ajustamentos dos preços dos combustíveis: conclui-se que a subida é mais rápida que a descida sempre que se ajusta o preço.
A AdC deixa ainda recomendações aos revendedores e petrolíferas. Diz, por exemplo, que não podem anunciar na comunicação social as alterações de preços de venda ao público.
O relatório intercalar, divulgado em Junho de 2008, chegou a concluir não haver cartelização dos preços por parte das petrolíferas a operar em Portugal.
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