Bem... Nem imagino como será hoje tendo em conta a situação delicada de muitas famílias (isto para usar eufemismo porque "delicada" já era há algum tempo atrás).
Ora 2 milhões em 10 faz um total de 20% da população. Um em cada cinco portugueses... Não é coisa pouca.
Se tivermos em conta o critério, ou seja, são consideradas pobres as pessoas que vivem com até 382€ mensais, preços de 2005, logo chegaremos à conclusão (não é preciso fazer grande esforço) que essa percentagem está por defeito...
Porque viver com esse valor mensal não é de pobre, é de miséria, é indecente.
Eu já considero o valor do salário mínimo cá escandalosamente baixo para o nível de preços que são praticados neste país, quanto mais 382€ mensais. Lembram-se da notícia de electricidade e gás dos mais caros da Europa? E os bens de primeira necessidade, parecem-vos mais baratos do que noutros países com rendimentos mínimos/ médios superiores? De maneira nenhuma...
Ainda há dias referia e dava conta da notícia de Portugal se encontrar à frente na União Europeia no que diz respeito a energias renováveis. Muito bom, com certeza. Mas acham por acaso que isso irá permitir baixar o nosso custo com a energia? Nosso, digo, do comum cidadão. Para o cliente industrial e doméstico a tendência será de aumento de qualquer das formas. Porque quando empresas de energia, em tempos de crise e de grande aperto, apresentam resultados impressionantes de lucros à custa do aumento de preços justificados por factores que lhes são alheios, alguma coisa vai muito mal... Não estão minimamente interessados em melhorar o mercado ou a independência energética do país. Aproveitam os incentivos, os investimentos e governam-se a elas próprias e aos seus administradores. Trabalhadores na maioria não incluídos, claro.
Mais uma vez digo, o problema deste país é a mentalidade de parasitismo, oportunismo, ganância e egoísmo desmedidos.
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