Carlos Santos, professor de Economia e Analista de Política Internacional, autor do blog O valor das ideias, escreveu assim:
"Mais propostas para o proto-PSD: a neo - social democracia, em que o "social" é figurativo
Este é um bom tempo para ler blogues de direita. Particularmente os afectos ao PSD. Porque por entre as reflexões que se vão produzindo sabemos o que vai na mente de militantes, e dirigentes, ainda que depois a cosmética de nomes e programas tente vender gato por lebre. Nesta reflexão, por exemplo, produzida por uma autarca recém-eleita, considera-se que a viabilização do PSD, para se demarcar do PS e do CDS em cada lado, passa por medidas como:
1) possibilidade de escolha na segurança social - esta por acaso era uma proposta já constante do programa do PSD, que se traduz, como se concluiu, na privatização da segurança social, reduzindo o financiamento do sistema público, que de acordo com o Relatório Anual do Banco de Portugal de 2008, as reformas do corrente governo conseguiram tornar sustentável até 2070, quando estava na eminência do colapso em 2005;
2) privatização da educação saúde e empresas públicas (presumo, portanto, que se inclui aqui a CGD, a TAP, a RTP e o que mais vier à rede?) - o que significa a morte da escola pública e do sistema nacional de saúde;
3) oposição ao investimento público em grandes obras - o que corresponde a dizer que certa ala do PSD não percebeu o cartão vermelho que recebeu da população que votou por um país com investimento modernizador, potenciador da produtividade e criador de emprego;
4) diminuição de funcionários públicos: o que significa aumentar o desemprego em contexto de recessão, uma medida particularmente inteligente e, como dizer, social democrata! Se em mente estiverem reformas antecipadas, suponho que se compreende a sobrecarga do sistema se segurança social?
5) desregulamentação na defesa do consumidor - o que fala por si!
6) flexibilização do mercado laboral: na versão soft isto quer pelo menos dizer aumento do trabalho precário, o que já é grave; nas versões mais duras isto passa por eliminar o próprio salário mínimo recuando à Inglaterra de Thatcher e ao puro neoliberalismo; na versão António Borges equivale a descidas salariais.
7) concentrar as prestações sociais nas camadas infantis e séniores: o que significa diminuir ou extinguir conquistas sociais como o rendimento social de inserção, o subsídio de desemprego com alta taxa de substituição face ao último salário; o subsídio social de desemprego e outras que beneficiem quem tenha mais de 5 e menos de 65 anos! É que nem a invalidez foi incluída.
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Deve chamar-se à noção de justiça social que preside a este proto-PSD uma espécie de neo-social democracia. Assim, sem o social, e com muito de neoliberal?"
"Mais propostas para o proto-PSD: a neo - social democracia, em que o "social" é figurativo
Este é um bom tempo para ler blogues de direita. Particularmente os afectos ao PSD. Porque por entre as reflexões que se vão produzindo sabemos o que vai na mente de militantes, e dirigentes, ainda que depois a cosmética de nomes e programas tente vender gato por lebre. Nesta reflexão, por exemplo, produzida por uma autarca recém-eleita, considera-se que a viabilização do PSD, para se demarcar do PS e do CDS em cada lado, passa por medidas como:
1) possibilidade de escolha na segurança social - esta por acaso era uma proposta já constante do programa do PSD, que se traduz, como se concluiu, na privatização da segurança social, reduzindo o financiamento do sistema público, que de acordo com o Relatório Anual do Banco de Portugal de 2008, as reformas do corrente governo conseguiram tornar sustentável até 2070, quando estava na eminência do colapso em 2005;
2) privatização da educação saúde e empresas públicas (presumo, portanto, que se inclui aqui a CGD, a TAP, a RTP e o que mais vier à rede?) - o que significa a morte da escola pública e do sistema nacional de saúde;
3) oposição ao investimento público em grandes obras - o que corresponde a dizer que certa ala do PSD não percebeu o cartão vermelho que recebeu da população que votou por um país com investimento modernizador, potenciador da produtividade e criador de emprego;
4) diminuição de funcionários públicos: o que significa aumentar o desemprego em contexto de recessão, uma medida particularmente inteligente e, como dizer, social democrata! Se em mente estiverem reformas antecipadas, suponho que se compreende a sobrecarga do sistema se segurança social?
5) desregulamentação na defesa do consumidor - o que fala por si!
6) flexibilização do mercado laboral: na versão soft isto quer pelo menos dizer aumento do trabalho precário, o que já é grave; nas versões mais duras isto passa por eliminar o próprio salário mínimo recuando à Inglaterra de Thatcher e ao puro neoliberalismo; na versão António Borges equivale a descidas salariais.
7) concentrar as prestações sociais nas camadas infantis e séniores: o que significa diminuir ou extinguir conquistas sociais como o rendimento social de inserção, o subsídio de desemprego com alta taxa de substituição face ao último salário; o subsídio social de desemprego e outras que beneficiem quem tenha mais de 5 e menos de 65 anos! É que nem a invalidez foi incluída.
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Deve chamar-se à noção de justiça social que preside a este proto-PSD uma espécie de neo-social democracia. Assim, sem o social, e com muito de neoliberal?"
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