“Le Monde” em reportagem em Lisboa
Falsos “recibos verdes” são o retrato da precariedade em Portugal
04.06.2009 - 08h11 Clara Viana
No título, em francês, saltam duas palavras em português: “recibos verdes”. “Em Portugal, encarnam a extrema precariedade do trabalho”, acrescenta o título da reportagem hoje publicada no diário “Le Monde”.
Numa das páginas dedicadas às eleições europeias, o enviado especial a Lisboa, Jean-Jacques Bozonet, segue a história de uma jornalista que se despediu em 1998 e que a partir de então nunca mais soube o que era um contrato e trabalho. “A pior decisão da minha vida", admite.
Passou a trabalhar a recibo verde. Um em cada cinco trabalhadores estão nesta situação, refere o jornal, que acrescenta. “Mesmo que piquem o ponto todos os dias, com horários fixos e colegas de trabalho com quem convivem há meses ou anos, o seu patrão continua a ser um simples cliente a quem eles facturam um serviço e que pode interromper a colaboração de um momento para o outro”. São os “falsos recibos verdes”.
Uma “gangrena” que se propagou até pela administração pública, prossegue o diário francês, que cita, a propósito, a psicóloga Cristina Andrade, fundadora do blogue “Fartos destes Recibos Verdes” Ela avança um número: cerca de 140 mil agentes do Estado estarão nesta situação. “Todos os estatutos misturados (estagiários de longa duração e contratos de curta duração), a precariedade atinge mais de dois milhões de trabalhadores, enquanto outros cerca de 360 mil se vêem obrigados a acumular vários empregos” para se conseguirem safar, acrescenta o jornal."
Não podia ser uma visão mais objectiva e realista. Concordo plenamente. "Para se conseguirem safar..." Não é para poderem comprar aquele ou o outro luxo. É para se conseguirem safar...
Falsos “recibos verdes” são o retrato da precariedade em Portugal
04.06.2009 - 08h11 Clara Viana
No título, em francês, saltam duas palavras em português: “recibos verdes”. “Em Portugal, encarnam a extrema precariedade do trabalho”, acrescenta o título da reportagem hoje publicada no diário “Le Monde”.
Numa das páginas dedicadas às eleições europeias, o enviado especial a Lisboa, Jean-Jacques Bozonet, segue a história de uma jornalista que se despediu em 1998 e que a partir de então nunca mais soube o que era um contrato e trabalho. “A pior decisão da minha vida", admite.
Passou a trabalhar a recibo verde. Um em cada cinco trabalhadores estão nesta situação, refere o jornal, que acrescenta. “Mesmo que piquem o ponto todos os dias, com horários fixos e colegas de trabalho com quem convivem há meses ou anos, o seu patrão continua a ser um simples cliente a quem eles facturam um serviço e que pode interromper a colaboração de um momento para o outro”. São os “falsos recibos verdes”.
Uma “gangrena” que se propagou até pela administração pública, prossegue o diário francês, que cita, a propósito, a psicóloga Cristina Andrade, fundadora do blogue “Fartos destes Recibos Verdes” Ela avança um número: cerca de 140 mil agentes do Estado estarão nesta situação. “Todos os estatutos misturados (estagiários de longa duração e contratos de curta duração), a precariedade atinge mais de dois milhões de trabalhadores, enquanto outros cerca de 360 mil se vêem obrigados a acumular vários empregos” para se conseguirem safar, acrescenta o jornal."
Não podia ser uma visão mais objectiva e realista. Concordo plenamente. "Para se conseguirem safar..." Não é para poderem comprar aquele ou o outro luxo. É para se conseguirem safar...
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