sábado, 30 de maio de 2009

Já por cá... É o que se vê!


Salienta Maria José Morgado


Câmaras: cenário negro em termos de corrupção

2009/05/30 18:40Redacção / SPP


Há quem consiga vender terrenos cem ou 200 vezes mais caro com diferença de semanas ou meses
A procuradora-geral adjunta, Maria José Morgado, apontou para um cenário negro em termos de corrupção nas câmaras municipais portuguesas. Aliás, foi o que aconteceu na autarquia em Lisboa que a alertou para a extensão deste fenómeno.

A responsável acrescenta que as leis para esta área são muitas e de difícil compreensão, daí há quem aposte em «vender facilidades», salienta, numa aula dada na Universidade Lusófona, no Porto, avança a «TSF».

«O quadro legal é rígido, tremendo e cheio de dificuldades para o particular, mas depois há sempre quem dê um jeito e esse é o drama. Isto depois transforma-se, de facto, no maior imposto que os portugueses pagam, o imposto do suborno e das corrupções indetectáveis», adiantou

Segundo a mesma, existem várias tentativas de corrupção e que vão desde a altura em que se aprovam alterações ao planeamento municipal, até ao licenciamento e fiscalização.

«Através do tráfico de informações privilegiadas conseguem adquirir grandes parcelas de terreno ao preço da chuva, muitas vezes em locais que se vêm a tornar valiosos em função de alterações de planos de urbanização ou de pormenor ou mesmo do PDM», acrescentou.

Por isso mesmo, segundo a mesma, quem entra nestes esquemas consegue vender terrenos cem ou 200 vezes mais caro do que comprou numa diferença de semanas ou meses, uma prática que se tem vulgarizado e não tem sido penalizada, por ser difícil de detectar.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Até no Iraque actuam contra a corrupção!


"27-05-2009 - 18:45h

Iraque manda prender mais de 100 mil por corrupção

Entre os suspeitos há 53 altos funcionários do Governo

A Comissão de Integridade Pública do Iraque, um órgão que combate a corrupção no país, revelou esta quarta-feira ter enviado mandatos de prisão para quase 100 mil servidores públicos, equivalentes aos nossos funcionários públicos, acusados de corrupção.

Segundo a BBC, as autoridades não deram detalhes, mas afirmaram que entre os suspeitos há 53 altos funcionários do Governo. Cerca de 120 dos acusados foram presos nas últimas semanas.

Algumas das denúncias mais sérias envolvem o Ministério do Comércio iraquiano, onde vários funcionários foram acusados por suborno, em troca da concessão de contratos de importação de alimentos.

O ministro do Comércio, Abdul Falah Sudani, renunciou ao cargo na segunda-feira, apesar de ter negado qualquer envolvimento em qualquer crime. As autoridades prenderam um dos seus irmãos e está no encalço de outro.

O Ministério do Comércio é responsável pelo programa de racionamento dos alimentos no Iraque e dispõe de um orçamento de milhões de dólares para a importação, sobretudo, de cereais.

Dois dos irmãos do ex-ministro trabalhavam como seus assessores, mas desde o final do mês de Abril que estavam desaparecidos.

Na altura das detenções, a polícia foi recebida a tiros pelos próprios guardas que trabalhavam no prédio do Ministério. Os irmãos escaparam pela porta dos fundos, mas um deles foi detido numa rusga policial."



Comissão de Integridade Pública? Algo completamente estranho para os portugueses.

Punição da corrupção/ corruptos? Mesmo que sejam altos membros do Governo? Onde é que já se viu?!

Enfim... Nós por cá continuaremos nesta baldaria de país... Ou EU talvez não...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Salário mínimo hoje vale menos do que em 74


"Decreto-Lei nasceu em 1974


Salário mínimo vale menos hoje que há 35 anos

2009/05/27 08:28 Redacção / LF

A decisão, na altura, iria beneficiar 50 por cento da população activa

O Salário Mínimo Nacional vale actualmente menos do que em 1974 quando foi criado. Se tivesse evoluído ao ritmo da inflação deveria ser hoje de 584 euros, mais 30 por cento do que os 450 definidos no início do ano.


As contas feitas pela «TSF» com a ajuda de João Loureiro, professor da Faculdade de Economia do Porto, mostram como rapidamente nos anos seguintes o crescimento do salário mínimo ficou abaixo da inflação.

Nos últimos três anos o governo socialista aumentou a retribuição mínima acima do crescimento dos preços, mas a medida contínua no entanto longe de compensar a perda de poder de compra das décadas anteriores.

Nascido em 1974, faz hoje 35 anos, o decreto-lei então publicado explicava os objectivos de criar uma retribuição mínima mensal: garantir a correcção dos desequilíbrios sociais e económicos, melhorando os «níveis de vida muito baixos».

Na altura, a decisão iria beneficiar 50 por cento da população activa. Era esse o objectivo escrito no decreto-lei assinado pelo primeiro Governo provisório, liderado por Adelino da Palma Carlos. 3.300 escudos (ou 16 euros e meio) era o salário mínimo de então."



As boas medidas, propostas e intenções de melhoria neste país não parecem passar disso mesmo, INTENÇÕES. Quando há tantos oportunistas e egoístas infiltrados que só olham para o próprio umbigo sem se mentalizarem que uma sociedade é constituída por TODOS os cidadãos não poderemos ir longe...

E a minha esperança de mudança desta mentalidade já era... Ao que vou vendo todos, todos os dias não é possível que se espere algo diferente do que se vai verificando agora.

Ainda esta última semana, vi que a Repsol tinha descido a gasolina para 1,221 quando estava a 1,271€. Isto durante cerca de 2/3 dias. A Galp não só não desceu como ainda aumentou para 1,281€. O que fez a Repsol?! Aumentou para 1,282€... Ora, pois claro! Se aquele rouba, vamos roubar também! Muito bonito...

E os portugueses, com os seus salários de m****, com o seu poder de compra miserável mas que gostam "de passar o sábado com os pés na água" como um certo "inteligente" resolveu dizer, que paguem! É para isso que cá estão.

terça-feira, 19 de maio de 2009

So sad to be...


Out of place...


quarta-feira, 13 de maio de 2009

Reformulação ou cobardia?


Na rua vi o cartaz da Galp a anunciar a "excelência" dos seus combustíveis. Estranho que não é igual àquele anunciado na notícia de 4 de Maio. No cartaz da rua não refere qual é o combustível da Galp (supostamente atribuído àquele fumo tão limpinho e branquinho, que beleza...) e qual é o das outras gasolineiras (o outro, escuro, negro, intoxicante). No cartaz da rua, ao contrário do anunciado inicialmente, não diz que o da Galp é melhor, diz apenas que "há diferenças".

Que palhaçada!!! Cobardes da treta.

De mim, esta gentalha não vê nem um único cêntimo. Pelo menos, não directamente. Todo este dinheiro que andam a sacar devia servir para eles se enterrarem, bem fundo!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Leite, bananas, mamutes e outras coisas mais...


"Grandes superficies respondem a ameaça de produtores

«Hipers» dizem que polémica do leite se deve a monopólio
2009/05/07 18:51Rui Pedro Vieira

APED considera que «posição dominante» da Lactogal é raiz de todos os problemas
[Notícia actualizada, dia 8/5, às 17:26, com nova posição da Lactogal]

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) reagiu esta quinta-feira à ameaça feita por produtores de leite que, alarmados com a baixa de preço, ponderam retirar o leite estrangeiro das grandes superfícies.

Em resposta, a entidade diz que os produtores «erram o alvo da sua contestação», na medida em que as empresas de distribuição se assumem como «parceiros e aliados privilegiados da produção nacional».

«O verdadeiro problema do sector do leite radica antes num grau de concentração muito elevado, com a gigante Lactogal a assumir uma posição dominante e monopolista ao apresentar uma quota de compras superior a 70 por cento aos produtores portugueses», refere a APED numa nota explicativa.

Sobre a baixa de preço, desde o final do ano e segundo dados citados do Instituto Nacional de Estatística, o preço pago pela Lactogal aos produtores baixou cerca de 30%. Enquanto que, para os retalhistas e consequentemente para o consumidor, se limitou a baixar 10% do preço.

«Quem terá ficado com este valor? Foi naturalmente a Lactogal», alerta a APED.

Produtores de leite portugueses recebem mais que europeus

Produtores de leite enfrentam a maior crise de sempre

Dimensão da Lactogal prejudica transparência e défice competitivo

As empresas de distribuição acrescentam que não têm obtido lucros directos resultante da venda de leite nas suas lojas, e acomodaram «a degradação das condições de fornecimento do leite e impedindo maiores prejuízos para as famílias portuguesas».

Os associados da APED acreditam, porém, que possa não ser essa a visão dos pequenos produtores de leite portugueses, confrontados com o aumento generalizado dos custos da energia, das matérias-primas e de todos os demais factores de produção.

«Ao invés, a fileira do leite em Portugal é caracterizada por uma grave falta de transparência e por um acentuado deficit competitivo sendo dominada por um operador praticamente único, com dimensão e interesses ao nível do mercado ibérico», volta a referir a APED:

De acordo com a A.C. Nielsen, em 2008, a Lactogal respondia por uma quota de 64% no mercado de leite.

Neste contexto, e sentindo-se impedidas de cumprir com os compromissos de serviço perante os clientes, as empresas de distribuição reconhecem que são obrigadas a procurar leite no exterior, «com preços e condições de entrega que as empresas portuguesas de recolha, processamento e embalagem não lhe facultam por força do actual monopólio».

À Agência Financeira, fonte da Lactogal disse que não comenta as acusações para já."


Parece que há vários sectores com défice de concorrência em Portugal... Ou não estivessemos na "República das (ou dos) Bananas", como já muitos lhe chamaram.

Ainda bem que temos gente (leia-se Autoridades) a tratar destes assuntos! Ou como diria o senhor do blog dos 3S's, mamutes!

What the F***?!


"Portuguesa foi a única onde gasóleo ficou mais caro

Galp, BP e Repsol aumentam combustíveis
2009/05/12 13:42Redacção / PGM


Subida dos derivados de petróleo impulsiona actualização de preços
As três maiores petrolíferas a operar em Portugal aumentaram o preço dos combustíveis à meia-noite.

A Galp Energia subiu o preço do gasóleo um cêntimo por litro e o da gasolina dois cêntimos por litro, confirmou fonte oficial da empresa à Agência Financeira.

O preço de referência do diesel fica agora nos 0,979 euros, enquanto que o da gasolina sem chumbo de 95 octanas passa para 1,239 euros.

«A subida deve-se ao aumento das cotações da gasolina e do gasóleo nos mercados internacionais durante a semana passada, como aconteceu também com o crude», afirmou a fonte oficial da Galp.

Para além da petrolífera portuguesa, também a britânica BP procedeu à actualização dos preços. Nos postos da marca, a gasolina aumentou dois cêntimos por litro para 1,239 euros, mantendo-se o preço do gasóleo inalterado nos 0,989 euros.

Fnte oficial da BP disse à Agência Financeira que a actualização dos preços se deveu «à forte subida registada na cotação Platts» do petróleo.

A espanhola Repsol acompanhou a tendência, e aumentou também a gasolina um cêntimo e meio para 1,234 euros. O gasóleo manteve-se aqui igualmente inalterado nos 0,989 euros."



NA SEMANA PASSADA? Não pode!!... Segundo o relatório da Autoridade da Concorrência os preços do barril repercutem-se nos dos combustíveis entre 4 a 5 semanas depois... Não estou a perceber...

Preços iguais em todas as gasolineiras?! Não... 1,239€ é diferente de 1,239€ que é diferente de 1,234€ que por sua vez é diferente de todos os outros. Os portugueses realmente não percebem NADA de matemática...

Enfim... Já nem vergonha têm da valente m**** que andam a fazer.

ROT IN HELL!!!


Comentário de leitor na página da notícia:

"daniel braga 2009-05-12 14:01
Ahahahahah (ler)

Isto é de rir. Vim do algarve até ao porto semana passada. Sei os preços de cor de todos os postos de abastecimento, porque eram todos, mas todos iguais: 0,979 gasóleo; 1.219 (à altura). Concorrência? ahahahah"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Muito bom!


Leiam tudo
aqui! Vale a pena.



Excerto:

"Quarta-feira, 24 de Setembro de 2008

A Autoridade da Concorrência

Como estão? Bem? Óptimo…

Acho que hoje é a altura para falar de mamutes. Sim! Mamutes. Aqueles animais peludos, grandes e extintos (no resto do mundo menos em Portugal) que se limitavam a apascentar e a produzir vastas quantidades de metano por intermédio de arrotos, peidos e cocó.

Sempre que a actuação do tecido Industrial/Produtivo atinge o seu apogeu, isto é, quando a roubalheira é tanta que já se tornou evidente e demasiado nojenta, a solução encontrada nesta magnifica terra estranha tem sido de chamar os mamutes para apaziguar as hostes de lemingues (leia-se o típico tuga apático e apreciador de futebol e brasileiras “alternadeiras do bastão”).

Ora, o mamute chega, olha e, ao contrário de Julius Caesar no Rubicão onde proferiu a famosa Vinni, Vidi, Vici, tipicamente encolhe os ombros e afirma que tudo vai bem como de antes. Ou melhor, “tudo bem como de antes, no quartel de Abrantes”. Sou levado a concluir três coisas distintas: uma primeira que os so-called empresários/gestores são de facto muito espertos e sabem enganar a malta, uma segunda que o mamute não faz a mínima ideia do que anda a fazer, limitando-se à pura filosofia do “tachismo” e uma terceira que é que o mamute sabe o que faz, o gestor faz propositadamente mas o Governo e/ou Legislador anda a gozar com a malta.

Vamos por partes!

Todos sabemos, e infelizmente sentimo-lo na pele, que o capitalismo (tal como o seu antigo e incipiente “pai”, o mercantilismo) funciona à base do egoísmo individual. O empresário, ou “Homem de Negócios” – expressão tenebrosa –, tende única e exclusivamente a olhar para os seus próprios ganhos e de preferência procura encurralar o mercado para garantir que ELE é o único a actuar nesse mesmo mercado. Tanto assim é que o moderno empresário tuga sempre que fala na necessidade de investimento fala, em simultâneo, em subsídio, isto é, a empresa é dele, os ganhos são para ele mas se for necessária uma expansão, uma internacionalização, ela é feita com o dinheiro dos outros. Aliás, sempre que entidades que fornecem o público fazem algum investimento afirmam que infelizmente vão ter de reflectir isso no consumidor porque no lucro ninguém toca. Lucro serve apenas para o bolso do empresário ou accionistas.

De modo a evitar que os mercados fossem palco de um “regabofe” descontrolado, o Estado moderno (onde supostamente nos incluímos) criou entidades de controlo e regulação, também conhecidas por mamutes… os tais peludos e produtores de metano.

.............................................


Sei que a resposta principal a ser dada – caso fosse lida por alguém ligado ao mamute – é que as coisas não são assim tão simples e que o mercado, depois de liberalizado, não pode ser controlado pelo Estado. Mas o busílis da questão é que as coisas NÃO são assim tão complicadas como nos querem dar a entender e que o Estado é (e deve ser) SEMPRE o garante da estabilidade da Nação e que, independentemente de pertencermos à UE ou não, devemos ter a consciência que somos uma Nação independente.

Este último parágrafo é mais para vocês rirem. Isto porque os governantes portugueses já hipotecaram a nossa soberania à muito tempo, a troco de uns tostões e falta de coragem para, mesmo recebendo os tostões, defender o interesse do cidadão, e porque, em última análise, o grande beneficiário desta teia armada tem sido o próprio Estado que recebe dos impostos, recebe dos lucros e não pode ser responsabilizado por nada, graças à liberalização. Para muitos, isto pode parecer “pescadinha de rabo na boca” mas na realidade tratam-se de benefícios especulativos para as entidades e Estado e falta de coragem para agir em prole do cidadão, por parte deste último.

Resumindo: Estamos lixados!!!!

No meio desta sinistra cadeia de interesses, está o mamute, plácido, pacato e inactivo e incompetente, onde os cargos são nomeados pelo próprio Estado, grande beneficiário do imobilismo do mamute. É pior que um “nó górdio”, é criminoso… mesmo!

Um abraço
MS"

Para quem quiser dispor de um pouquinho do seu tempo...

Em Junho de 2008, aquando do primeiro suposto relatório de uma certa suposta Autoridade da Concorrência, o economista Eugénio Rosa elaborou na sua página uma análise aos dados. Eu não percebo muito de economia mas considero que ele expõe os dados de forma muito intuitiva e simples.

Este trabalho é de Junho de 2008. Imaginem o que pensará agora este economista (e com certeza tantos outros) sobre o relatório de 500 páginas e 9 meses em cima que a Autoridade da Concorrência apresentou há 1 mês... Tarde e a más horas e ainda mais com as conclusões brilhantes que todos vimos!

Leiam a seguir ou aqui...

"Preços dos combustíveis

O que a Autoridade da Concorrência devia ter feito mas não fez, sendo assim conivente com lucros que resultam da especulação no mercado

por Eugénio Rosa[*]

RESUMO DESTE ESTUDO

A Autoridade da Concorrência (AdC) acabou de apresentar o seu relatório sobre a formação dos preços dos combustíveis em Portugal. O cálculo dos preço dos combustível à saída da refinaria por parte das petrolíferas (o chamado "pricing") não se faz adicionando os custos suportados pela produção do combustível, que inclui o preço da matéria-prima, que é o petróleo, e todos os custos de refinação, somando depois uma margem de lucro. As petrolíferas para estabelecerem os preços à saída da refinaria, recolhem os preços dos combustíveis no mercado de Roterdão, e depois os preços de venda dos combustíveis de cada dia aos distribuidores, à saída da refinaria, são os preços correspondentes aos do mesmo dia da semana anterior verificado naquele mercado do norte da Europa, a que deduzem apenas o chamado desconto de quantidade, que até beneficia mais a própria GALP, pois é ela que detém a maior quota a nível de distribuição (a GALP distribuição).

O que a Autoridade de Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar se a adopção deste tipo de formação de preços se justificava, e se não estaria a determinar lucros especulativos para as petrolíferas à custa dos portugueses? O que a Autoridade da Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar porque razão o petróleo utilizado apesar de ter sido o adquirido 2,5 meses antes, portanto a preços mais baixos, no entanto na formação dos preços à saída da refinaria ele é considerado como tivesse sido adquirido na semana anterior? O que a Autoridade da Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar porque razão os lucros da GALP só determinados pelo chamado "efeito stock", ou seja, pela razão referida no ponto anterior, tenham aumentado, entre o 1º Trimestre de 2007 e o 1º Trimestre de 2008, em 228,6%, pois passarem de 21 milhões de euros para 69 milhões de euros? O que a Autoridade da Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar porque razão a GALP passou a estabelecer os preços dos combustíveis com base nos preços de Roterdão da semana anterior, quando antes estabelecia com base nos preços de Roterdão do mês anterior, tendo passado depois para quinzenalmente, e agora semanalmente, e é de prever que, com a cobertura deste relatório, se prepare para ser diariamente o que, a concretizar-se, inflacionaria ainda mais os seus lucros com base na especulação à custa dos portugueses?

Na produção dos combustíveis nas suas refinarias, a GALP utiliza petróleo adquirido, em média, 2,5 meses antes, portanto a preços mais baixos, o que permite que obtenha elevados lucros extraordinários. Em Portugal, entre Dezembro de 2007 e Maio de 2008, de acordo com a Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, o preço da gasolina 95 aumentou 9,6%; do gasóleo 19,9%, do gasóleo colorido 29,6% ; e do gasóleo de aquecimento 30,3%. Como o petróleo utilizado na produção dos combustíveis vendidos em Maio de 2008 foi o adquirido em Março de 2008, isto significa que o preço do petróleo utilizado aumentou apenas 6,9% em euros, pois foi esta a subida verificada entre Dezembro de 2007 e Março de 2008. É esta disparidade que permite às petrolíferas embolsarem elevados lucros à custa dos portugueses, que a Autoridade da Concorrência devia ter analisado, mas não o fez.

Em Maio de 2008, os preços dos combustíveis em Portugal eram superiores aos preços médios da UE15, que é constituída pelos países mais desenvolvidos da União Europeia, em cerca de 2% (Gasolina95: +2,4%; gasóleo: +2%; Todos os combustíveis: +2,2%). Por outras palavras, Portugal é o país menos desenvolvido deste grupo de 15 países, com remunerações e rendimentos mais baixos, no entanto os preços a que são vendidos os combustíveis em Portugal são superiores aos preços médios da UE15. É estranho que a Autoridade da Concorrência não tenha encontrado nada de anormal neste disparidade de preços sem impostos, e afirme que "entende não existirem também indícios de uma prática de preços excessivos" (pág. 78 do Relatório da AdC). Tudo isto é estranho, muito estranho mesmo, e carece de uma explicação muito clara. O governo ao aprovar este Relatório da AdC está também a ser conivente com toda esta situação.

A Autoridade da Concorrência (AdC) acabou de apresentar o seu relatório sobre a formação dos preços dos combustíveis em Portugal . E como havíamos previsto em estudo anterior, o relatório acaba por branquear as petrolíferas, e o aproveitamento que estão a fazer da especulação no mercado internacional do petróleo e dos refinados para inflacionarem os seus lucros à custa dos consumidores portugueses. E isto porque o relatório não analisa a principal causa do aumento dos preços dos combustíveis, que é a formação dos preços até à saída das refinarias, e não após os combustíveis terem saído destas, como a AdC e o governo pretendem fazer crer.

Como explicámos em estudo anterior, o cálculo dos preços dos combustíveis à saída das refinarias por parte das petrolíferas (o chamado "pricing") não se faz adicionando os custos suportados pela produção do combustível, que inclui o preço da matéria prima, que é o petróleo, e todos os custos de refinação, somando depois uma margem de lucro. As petrolíferas para estabelecerem os preços à saída da refinaria, recolhem os preços dos combustíveis no mercado de Roterdão, e depois os preços de venda dos combustíveis de cada dia aos distribuidores, à saída da refinaria, são os preços correspondentes aos do mesmo dia da semana anterior verificado naquele mercado do norte da Europa, a que deduzem apenas o chamado desconto de quantidade, que até beneficia mais a própria GALP, pois é ela que detém a maior quota a nível de distribuição (a GALP distribuição).

Os preços da semana anterior do mercado de Roterdão, que servem à GALP para estabelecer os preços dos combustíveis à saída da refinaria, incluem uma dupla especulação: a que está sujeita o preço do barril de petróleo, e a que estão sujeitos os preços dos produtos refinados (os combustíveis). Era precisamente o fundamento da adopção deste tipo de formação de preços por parte da GALP que devia ter sido analisado pela Autoridade da Concorrência.

O QUE A AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA DEVIA TER FEITO MAS NÃO FEZ

Na pág. 77 do seu relatório, no capítulo com o titulo "Conclusões e Recomendações" a Autoridade da Concorrência afirma: "No que respeita ao PVP (Preço de Venda ao Público) antes de impostos, os preços nacionais à saída da refinaria reflectem a evolução dos preços CIF do mercado de Roterdão (plataforma Plats NWE)", E acrescenta logo a seguir: "não é possível concluir que os aumentos dos PVP (Preços de Venda ao Público) antes de impostos dos combustíveis líquidos observados desde o inicio do ano corrente, tenham uma origem nacional".

No entanto, o que a Autoridade de Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar se a adopção deste tipo de formação de preços se justificava, e se não estaria a determinar lucros exagerados para as petrolíferas à custa dos consumidores portugueses? O que a Autoridade da Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar porque razão o petróleo utilizado ter sido o adquirido 2,5 meses antes, portanto a preços mais baixos, no entanto na formação dos preços à saída da refinaria ele é considerado como tivesse sido adquirido na semana anterior? O que a Autoridade da Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar porque razão os lucros da GALP só determinados pelo chamado "efeito sotck", ou seja, pela razão referida no ponto anterior, tenham aumentado, entre o 1º Trimestre de 2007 e o 1º Trimestre de 2008, em 228,6%, pois passarem de 21 milhões de euros para 69 milhões de euros? O que a Autoridade da Concorrência devia ter feito, mas não fez, era analisar porque razão a GALP passou a estabelecer os preços dos combustíveis com base nos preços de Roterdão da semana anterior, quando antes estabelecia com base nos preços de Roterdão do mês anterior, tendo passado depois para quinzenalmente, e agora semanalmente, e é de prever que, com este relatório, pretenda passar a ser diariamente, o que inflacionaria ainda mais os seus lucros com base na especulação à custa dos portugueses? Ora tudo isto a Autoridade da Concorrência devia ter feito, mas não fez, e o governo a aprovar o relatório da Autoridade da Concorrência, está a ser conivente com ela na defesa dos interesses e dos lucros das petrolíferas à custa dos portugueses.

O PETRÓLEO UTILIZADO NA PRODUÇÃO DOS COMBUSTIVEIS É ADQUIRIDO PELA GALP, EM MÉDIA, 2,5 MESES ANTES, PORTANTO A PREÇOS MAIS BAIXOS

Na produção dos combustíveis nas suas refinarias, a GALP utiliza petróleo adquirido, em média, 2,5 meses antes, portanto a preços mais baixos, o que permite à GALP embolsar elevados lucros extraordinários que, como mostramos, no estudo anterior sobre os combustíveis, aumentaram, entre 1º Trimestre de 2007 e o 1º Trimestre de 2008, em 228,6% , pois passaram de 21 milhões de euros para 69 milhões de euros.

O quadro seguinte, construído com dados da Direcção Geral de Energia, mostra a diferença entre o aumento verificados nos preços dos combustíveis nos primeiros 5 meses de 2008, e a subida registada no preço do petróleo utilizado para produzir esses combustíveis.

Tabela 1.

Em Portugal, entre Dezembro de 2007 e Maio de 2008, de acordo com a Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, o preço da gasolina 95 aumentou 9,6%; do gasóleo 19,9%; do gasóleo colorido 29,6% ; e do gasóleo de aquecimento 30,3%. Como petróleo utilizado na produção dos combustíveis vendidos em Maio de 2008 foi o adquirido em Março de 2008, isto significa que o preço do petróleo utilizado aumentou apenas 6,9% em euros, pois foi a subida verificada entre Dezembro de 2007 e Março de 2008. É esta disparidade que permite às petrolíferas embolsarem elevados lucros à custa dos portugueses, que a Autoridade da Concorrência devia ter analisado, mas não o fez.

EM MAIO DE 2007, OS PREÇOS DOS COMBUSTIVEIS SEM IMPOSTOS EM PORTUGAL ERAM SUPERIORES AOS PREÇOS MÉDIOS DA UNIÃO EUROPEIA

Como revela o quadro seguinte, construído com dados divulgados pela Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, os preços de venda de combustíveis em Portugal, em Maio de 2008, eram superiores aos preços médios da EU-15 países , ou seja, ao preço médio dos países mais desenvolvidos da União Europeia.


Tabela 2.

Em Maio de 2008, os preços dos combustíveis em Portugal eram superiores aos preços médios da UE15, que é constituída pelos países mais desenvolvidos da União Europeia, em cerca de 2% (Gasolina95: +2,4%; gasóleo: +2%; Todos os combustíveis: +2,2%). Por outras palavras, Portugal é o país menos desenvolvido deste grupo de 15 países, com remunerações e rendimentos mais baixos, no entanto os preços a que são vendidos os combustíveis em Portugal são superiores aos preços médios da UE15. É estranho que a Autoridade da Concorrência não tenha encontrado nada de anormal neste disparidade de preços sem impostos, e afirme que "entende não existirem também indícios de uma prática de preços excessivos" (pág. 78 do Relatório da AdC). Tudo isto é estranho, muito estranho mesmo, e carece de uma explicação muito clara. O governo ao aprovar este Relatório da AdC está também a ser conivente com toda esta situação.

04/Junho/2008

[*] Economista, edr@mail.telepac.pt"

Há diferenças com certeza!


"
Galp Energia comunica qualidade dos combustíveis


4 de Maio de 2009, por Maria João Lima


Arranca hoje a campanha de publicidade da Galp que pretende “alertar e esclarecer os consumidores sobre as diferenças entre os combustíveis comercializados nos postos Galp e os combustíveis disponibilizados na generalidade das redes de retalhistas não especializados”, explica a empresa em comunicado. Com a assinatura “Combustíveis na Galp. Há Diferenças.” a campanha estará no ar até ao final do mês de Maio. Imprensa, outdoors e rádio são os meios escolhidos para esta campanha que recorre a componentes mecânicos (escapes, válvulas de motor e injectores de combustível) para ilustrar as diferenças e impactos do uso de combustíveis adquiridos na Galp face à utilização de combustíveis sem aditivos. "


HÁ DIFERENÇAS, HÁ!!! Do lado da Galp, temos os usurpadores que nos vão aos bolsos todos os dias para encher os deles, nos hipermercados parecemos pagar um custo mais próximo do valor real do combustível embora considere que com a descida do preço do barril desde aquele pico do ano passado, já estarão a fazer um bom dinheiro.

Por isso... Tomara aos portugueses ter uma Autoridade que lhes valesse... Quem dera!!!

Entretanto, este fim de semana, Repsol e Galp já voltaram a subir o preço da gasolina 95 de 1,219€ para 1,234€. AMBAS! É o "paralelismo de comportamento" a actuar. Nada de concertação de preços, claro que não. É o mercado livre. Dos que nos andam a roubar...

Haviam também de levar com um processo em cima por difamação e tentarem enganar muito boa gente que continua a pensar isso mesmo que eles aqui declaram, que os combustíveis dos postos de hipermercados, porque são mais baratos, são inferiores. Pessoas que trabalham em refinarias e postos de abastecimentos já referiram por várias vezes que os camiões que vão abastecer os postos Galp são os mesmos que logo a seguir passam nos postos dos hipermercados para também os abastecer. As pessoas precisam é de abrir os olhos e não se deixarem enganar!

sábado, 2 de maio de 2009

Pimba!


"Depois de acusações de qualidade inferior


Combustíveis: APED apresenta queixa-crime contra Anarec

2009/05/02 11:36 Redacção / SPP

APED diz que acusações foram «despropositadas, pouco sérias e carentes de qualquer fundamentação»

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) vai avançar com uma queixa-crime contra o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) por este ter dito que os combustíveis à venda nos hipermercados são de qualidade inferior.


Segundo o secretário-geral da APED, as acusações são «difamatórias» e «ultrapassam o razoável e aquilo que é sério», considerando que a «única forma de reagir é por via dos tribunais».

A APED disse ainda que as afirmações do presidente da ANAREC «despropositadas, pouco sérias e carentes de qualquer fundamentação», avança a Lusa.

As empresas de distribuição garantem assim a «qualidade dos combustíveis comercializados pelos seus associados, na medida em que as respectivas fontes de aprovisionamento de combustível são as mesmas que as dos restantes operadores deste mercado»."

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Hipocrisia... Só aqui mesmo...


"Atraso de uma semana


Galp: atraso na actualização dos preços dos combustíveis

2009/04/29 20:54 Redacção / SPP

Dados serão oficializados no dia 13 de Maio

A petrolífera reconheceu esta quarta-feira um atraso de uma semana na actualização dos preços dos produtos petrolíferos, entre a subida registada nos mercados internacionais até ao seu reflexo no mercado nacional.


«Os resultados do segmento de refinação e distribuição foram afectados neste primeiro trimestre, ao nível da margem bruta, por um efeito de time lag negativo de 14,5 milhões de euros, em resultado das condições estabelecidas contratualmente para os operadores do mercado português, incluindo a própria Galp Energia, reflectirem com um atraso de cerca de uma semana as variações dos preços verificados nos mercados internacionais», revelam os dados estimados pela petrolífera em comunicado à CMVM.

A empresa diz ainda que o valor do efeito de «time lag» no quarto trimestre de 2008 foi positivo em 105 milhões de euros e no primeiro trimestre de 2008 foi negativo em 5,7 milhões de euros.

A petrolífera chama a atenção para a estimativa destes dados, uma vez que, os valores finais serão conhecidas na apresentação de resultados no dia 13 de Maio.

As acções da Galp fecham a ganhar 2,28% para os 10,01 euros."

Ide a um sítio que eu cá sei...


"Galp explica diferenças

Há diferenças nos combustíveis?

2009/05/01 09:31 Redacção / SPP

Campanha da petrolífera vai para o ar dia 4 de Maio até ao final do mêsHá diferenças nos combustíveis? A Galp Energia afirma que sim e, para isso, prepara-se para lançar a campanha «Combustíveis na Galp. Há Diferenças» com vista a esclarecer os consumidores entre os combustíveis comercializados nos postos da petrolífera e os disponibilizados na generalidade das redes de retalhistas não especializados.

«A campanha explica que a Galp Energia comercializa nos seus postos, combustíveis de última geração, testados nos mais conceituados laboratórios europeus, o que se reflecte na performance e manutenção dos motores, mas também no ambiente», revela em comunicado.

A campanha vai começar a ser emitida a partir do dia 4 de Maio e vai estar no «ar» até ao final do mês."